Política

Empresário investigado pela PF tem R$ 1,7 bilhão em contratos públicos

Empresário investigado pela Polícia Federal por fraude a licitações e desvios no Amapá, Breno Barbosa Chaves Pinto tem pelo menos R$ 1,7 bilhão em contratos com a União, o governo do Amapá e outros entes públicos, segundo levantamento do UOL.

Breno Chaves Pinto é sobrinho de dois empresários, de quem herdou as empreiteiras LB Construções e Construtora e Reflorestadora Rio Pedreira, que trabalham com pavimentação de rodovias.

As firmas têm R$ 1 bilhão em contratos com o governo do Amapá, R$ 595 milhões com o governo federal e R$ 45 milhões com outros entes. Chaves Pinto é o segundo suplente de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado desde 2023.

O maior contrato com o governo estadual, de R$ 934 milhões, já foi aditivado 14 vezes e se estende desde 2011, com investigações do MP-AP (Ministério Público do Amapá) sobre atrasos e acidentes na execução das obras.

É um contrato guarda-chuva, sem um objeto claro definido no edital, que o governo usa para pavimentar estradas no interior. Seu valor inicial era R$ 378 milhões. O financiamento vem do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Operação Route 156
Na manhã de terça-feira, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão para apurar um suposto esquema de fraude a licitações no Dnit, órgão do Ministério dos Transportes.

A LB Construções e o empresário estão entre os alvos da operação, batizada de Route 156 pela Polícia Federal.

Alcolumbre, presidente do Senado, não é investigado. A PF e o MPF (Ministério Público Federal) dizem não haver, no momento, indícios de participação dele nos crimes apurados. Por isso, a investigação tramita em primeira instância.

A investigação aponta que dois pregões vencidos pela Rio Pedreira no Dnit, totalizando R$ 25,1 milhões, teriam sido fraudados para que a empresa de Chaves Pinto vencesse.

Ele é suspeito de tráfico de influência por usar a condição de suplente de Alcolumbre para influenciar na gestão do Dnit, fazendo indicações e sendo privilegiado em licitações.

‘Breno manda aqui’
Uma indicada dele para o cargo de coordenadora do Dnit menciona, em conversa interceptada pela PF, que “o Breno manda aqui no Dnit” e que “o superintendente Marcello foi indicação dele”.

O superintendente do Dnit no Amapá, Marcello Vieira Linhares, foi afastado de forma cautelar (temporária), por dez dias. Diálogos analisados pela PF apontam uma suspeita de que ele atuasse em conluio com Chaves Pinto.

As conversas entre os investigados mostram ainda, segundo a decisão da Justiça Federal, que Alcolumbre atuava para enviar recursos de emendas parlamentares para as obras.

UOL

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