Política

Alcolumbre submete CPI do INSS a um jogo de esconde-esconde

A CPI do assalto contra os aposentados pode muito. Mas não pode tudo. Quebrou na semana os sigilos fiscal, bancário e telefônico de Antônio Carlos Camilo Antunes, o careca do INSS. E não consegue obter do Senado informações sobre o entra e sai do lobista nos gabinetes de senadores. Davi Alcolumbre, o chefe do Senado, não autorizou a liberação dos dados.
Segundo a PF, o careca é o “epicentro da corrupção” que sangrou a folha dos aposentados em mais de R$ 6 bilhões. Fazia a ponte entre servidores do INSS e entidades que roubavam os velhinhos. Embolsou mais de R$ 53 milhões.

Difícil supor que alguém acusado de organizar bacanais dentro da folha do INSS fosse ao Congresso para se meter em reuniões cristãs com senadores.
Preso na última sexta-feira, o careca vai ao banco da CPI nesta segunda. Não precisaria atender à convocação, pois o supremo ministro André Mendonça decidiu num despacho sigiloso que seu depoimento à comissão parlamentar de inquérito seria opcional. “Ele quer falar”, disse o advogado Cleber Lopes. “Ele vai responder às perguntas.”

O careca tem muito a dizer. Resta saber até onde vai a curiosidade os
parlamentares. A indignidade do roubo contra velhinhos indefesos é algo de tamanha indignidade que até pessoas indignas ficaram indignadas.
Para ser levada a sério, a CPI precisaria recorrer ao Supremo contra o esconde- esconde de Alcolumbre. Convém
esclarecer quais parlamentares concederam audiência à desonra. E
quantos prestaram serviços à indecência.

UOL

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