“Braço direito” do marido da Senadora Eliziane Gama é preso pela Polícia Federal em esquema de corrupção de R$ 1,5 bilhão

Polícia Federal prende Diretor de Administração e Finanças de empresa pública SGB, presidida pelo marido da Senadora Eliziane, o empresário Inácio Cavalcante Melo Neto; Rodrigo Teixeira é acusado de corrupção em órgãos ambientais.

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (17) Rodrigo de Melo Teixeira, atualmente Diretor de Administração e Finanças do Serviço de Geologia do Brasil (SGB), o órgão é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, cujo diretor-presidente é o ex-vendedor de réplica de roupas, Inácio Cavalcante Melo Neto – marido da senadora maranhense Eliziane Gama, do PSD, que o indicou para a função no governo Lula.
Além Rodrigo Teixeira, que dentro do SGB pela função estratégica que ocupa, é uma espécie de “braço direito” de Inácio Melo, a operação da Polícia Federal prendeu 17 pessoas, de 22 mandados de prisão.
A prisão ocorreu dentro do contexto da operação contra uma organização criminosa responsável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro. Ele era o terceiro na hierarquia da cúpula da PF até deixar o cargo no final de 2024.
Além dele, também está preso o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho.
– Histórico do Diretor do SGB
Curiosamente, o diretor financeiro de Inácio Melo também é Delegado de carreira da Polícia Federal. Teixeira foi diretor da Polícia Federal e ex- superintendente da instituição em Minas Gerais.
Natural de Barbacena (MG), Teixeira ingressou na PF desde 1999, e foi nomeado no início do governo Lula (PT) nesta gestão do atual diretor-geral Andrei Rodrigues e ocupou a função de diretor de Polícia Administrativa entre 2023 e até o final de 2024. Ele era o terceiro na hierarquia da cúpula da PF até deixar o cargo no final de 2024.
Teixeira também atuou como superintendente da PF em Minas Gerais e, posteriormente, atuou como secretário adjunto de Segurança da Prefeitura de Belo Horizonte entre 2019 e 2022. Antes, foi secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais (2015-2016) e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (2016-2018).
– Como funcionava o esquema
Segundo as apurações, Teixeira teria uma atuação “oculta e ativa no mercado minerário, mediante a utilização de pessoas jurídicas interpostas e articulações com empresários investigados”.
Um dos principais alvos da operação é Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder do grupo. Ele é empresário, dono de diversas empresas em diferentes ramos, inclusive uma jazida de minério na Serra do Curral.
A PF aponta que foram descobertos indícios de “vínculos societários ocultos” entre o delegado e empresários do ramo de mineração, como Alan Nascimento e outros investigados.
O grupo criminoso teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração para obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas.
– Esquema de R$ 1,5 bi e potencial de R$ 18 bi
A estimativa é que as ações criminosas rendiam ao grupo ao menos R$ 1,5 bilhão, mas a PF destaca que foi identificado projetos em andamento vinculados à organização criminosa com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.
“A organização criminosa teria atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades. Além disso, utilizou diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas”, afirma a PF.
No total, foram expedidos 22 mandados de prisão contra investigados e outros 79 mandados de busca e apreensão. Também fo9ram afastados diversos servidores públicos da área ambiental que estão sob suspeita da investigação.
Blog Domingos da Costa