Comemoração de Eliziane Gama ilustra o pior da negligência política com o bem público
Senadora do Maranhão comemorou o resultado da votação que rejeitou a convocação de Edson Claro Medeiros Jr. e mostra como a base governista atua na comissão para seu próprio benefício

A senadora Eliziane Gama protagonizou um dos maiores vexames políticos da CPMI do INSS até então. Após a divulgação no painel sobre a votação que rejeitou o requerimento de convocação de Edson Claro Medeiros Jr., ex-funcionário do “Careca do INSS” e peça central da fraude bilionária do INSS, a senadora maranhense soltou um animado grito em comemoração pelo resultado.
Eliziane é dinista de coração, aliada incondicional do presidente Lula e faz parte da tropa de choque da base governista na CPMI com a função de obstruir os trabalhos da comissão, blindando companheiros ligados ao governo Lula que estão envolvidos com o esquema criminoso bilionário ocorrido no órgão.
A cena não é apenas a representação mais vergonhosa de falta de decoro parlamentar, mas celebra o estupor da Esquerda diante um crime contra os cofres públicos, exibindo um interesse peculiar em enterrar a CPMI. No entanto, é compreensível também, pois após os depoimentos e demais dados apurados pelas investigações da Polícia Federal vai se levantando nomes de peso político em toda esta teia criminosa, e que bate na porta de figuras conhecidas na política, como a senadora Eliziane Gama. Vejamos.
Elisvane Gama exerce atualmente o cargo de Superintendente Federal de Pesca e Aquicultura do Maranhão (SFPA-MA) e é irmã da senadora Eliziane Gama. A senadora do PSD-MA foi a que mais atuou para impedir a convocação da sua irmã para depor na CPMI e prestar esclarecimentos de sua suposta participação em atividades irregulares.
Foi sob a gestão de Elisvane que houve um aumento meteórico do número de pescadores no Maranhão, tornando-se o estado com maior número de pescadores registrados que recebem o benefício Seguro Desemprego do Pescador Artesanal – SDPA (também conhecido como Seguro Defeso). São 590 mil registrados, o que representa 1/3 do total do Brasil.
Talvez essa postura nada surpreendente da senadora Eliziane explique a sanha pela proteção da irmã, já que é da família, e de pessoas diretamente ligadas à fraude do INSS. Existem aqueles parlamentares que vivem no limbo do decoro e da excelência política, uma vez que são produtos de conceitos forjados pelo relativismo moral e por um princípio ético chinfrim que corrompe o entendimento da realidade e sustenta a dinâmica daquela velha política rasteira da algazarra histérica travestida de luta pela verdade.
A atitude da senadora Eliziane Gama revela o medo dos desdobramentos da CPMI em atingir seus patrícios políticos e familiares, o que lhe força reações típicas de quem tem algo a esconder. Em 2023, na famigerada CPMI do 08 de janeiro, a então relatora Eliziane Gama proferiu um relatório final vexatoriamente previsível, estampando que foi adestrada para o cumprimento bem feito da “ordem do chefe”. Vive tentando convencer a opinião pública de que sua atuação como relatora foi “democrática” e imparcial. Mas pra quem acompanhou aquela CPMI o que ficou foi o papel militante ridículo da senadora, que fazia questão de tornar público seu veredito final.
Além da irmã, senadora Eliziane Game tem muito mais com que se preocupar que, já que sua popularidade com seu eleitorado (cristãos evangélicos na maioria) caiu vertiginosamente, o que ajudou a lapidar sua atual imagem política como agente lulista. Segundo analistas políticos, o grito de felicidade de Eliziane foi mais repugnante trilha sonora da vergonha política que macula nossa história republicana.