Brasil

Megaoperação RJ: governo federal quer prestar assistência às famílias…dos criminosos. Será?

Ministério dos Direitos Humanos nega assistência aos suspeitos mortos em confronto com a polícia, apesar das severas declarações do governo federal contrárias à megaoperação policial no Rio de Janeiro

A megaoperação realizada no dia 28 de outubro no Rio de Janeiro continua rendendo frutos nada agradáveis. Alguns dias após a operação, circula nos bastidores em Brasília que o governo federal discute a assistência às famílias das 117 pessoas mortas em combate contra a polícia. A iniciativa tem ganhado força através da ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, que já demonstrou publicamente preocupação e apoio formal da União com os familiares.

A iniciativa já era, digamos, prevista em virtude das declarações do próprio presidente da república, de apoiadores e de integrantes do governo federal que condenaram veementemente a megaoperação. A ministra Macaé Evaristo visitou na manhã do dia 30 de outubro (quinta-feira) o Complexo da Penha acompanhada de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, e ouviu moradores a respeito das ações relacionadas e resultantes da operação das forças policiais cariocas. Macaé classificou a operação como “um fracasso”.

Já o governo federal mantém cautela em aplicar tal assistência, haja vista que a medida pode fazer a opinião pública nacional acreditar que o governo Lula tem associação ou é leniente com o tráfico e com o crime organizado – o que poderia gerar um efeito extremamente negativo para a imagem do governo federal (o que já acontece só pela especulação). Não há confirmação de que haverá esta assistência às famílias dos 117 ditos suspeitos mortos durante a megaoperação, mas é bem provável que não aconteça de fato. Por conta da repercussão negativa nos noticiários sobre o assunto, a assessoria de imprensa do Ministério dos Direitos Humanos emitiu uma nota em que nega que tenha cogitado prestar assistência às famílias dos mortos.

Apesar desta nota, não seria surpresa tal iniciativa do governo federal, pois a julgar pelas declarações de seus aliados, de ministros, de aliados e do próprio presidente da república fica claro a inversão de valores que conduz a política de segurança do Executivo do país. A operação deixou 12 policiais baleados, quatro deles mortos, resultou em 81 prisões e mais 117 pessoas mortas no confronto com a polícia. A cidade viveu um dia de tensão: escolas suspenderam aulas, comércios fecharam e ruas ficaram vazias. Mesmo assim, o governo Lula e seus asseclas continuam demonizando a operação e produzindo pérolas retóricas carcomidas com discurso panfletário de centro acadêmico, e sem mostrar qualquer plano de ação efetiva de combate ao crime organizado.

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