A imbecilidade militante como apanágio de Wagner Moura
O ator de Tropa de Elite comparou as criticas sobre as leis de incentivo cultural com a escravidão, estampando sua ignorância histórica e moral.

A classe artística brasileira tem reconhecido valor em talento e autenticidade que caracterizam a história cultural do nosso país. Apesar disso não deixa de apresentar seus vexatórios e expoentes quadros da imbecilidade militante que se pretendem sérios e contaminam o debate público sobre assuntos cruciais (como o uso do dinheiro público).
Um desses exemplos mais histriônicos é o ator Wagner Moura. Ele se tornou o “queridinho” daquela claque artística mais ideológica, mais militante e mais engajada na “causa cultural” nacional lapidada à moda bolchevique. O nosso eterno Capitão Nascimento resolveu aportar em terras tupiniquins como uma espécie de redentor cultural auriverde para endossar as atuais peripécias do governo federal executadas pelo Ministério da Cultura. Moura adotou uma postura mais firme nas suas colocações, mais contundente e mais agressivo contra os adversários “do mal” (a Direita brasileira).
Recentemente, o ator proferiu mais uma de suas traquinagens retóricas ao defender a Lei Rouanet dos ataques recorrentes de pessoas que, segundo ele, não conhecem e não entendem o que é a referida lei e sua importância para a produção artística brasileira. Sem qualquer pudor, Wagner Moura, o arauto dos incultos e oprimidos gourmet, foi explicar a importância do cinema nacional e da Lei Rouanet numa entrevista concedida à Carta Capital (de viés totalmente esquerdista) quando da exibição do filme “O Agente Secreto” na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo no início deste mês.
Em certo momento, o ator soltou a seguinte pérola: “Uma pessoa me disse uma vez uma frase que gostei: ‘eu não posso explicar a Lei Rouanet para quem não assimilou a Lei Áurea ainda”. A frase, absurda do ponto de vista lógico, expõe a deficiência cognitiva de Moura sobre aspectos históricos caros para o país, comparando críticas a respeito do mau uso de incentivos fiscais legais com a escravidão ocorrida no Brasil.
A frase simboliza a indigência racional e, sobretudo, moral do ator que compara o suor, o sangue, a humilhação e o sofrimento de negros forçadamente escravizados com o “sofrimento”, ou melhor, com a birra de artistas mimizentos que parasitam os cofres públicos via Lei Rouanet. Isto constata que nem todo talento artístico vem junto com sanidade intelectual. O ator transforma os grilhões dos escravos históricos aos “grilhões” invisíveis de sua turma narcisista que engordam suas contas bancárias através de dinheiro público (diga-se do pagador de impostos: povão), como se fossem uma espécie de “patrimônio imaterial” que deve ser sustentado pelo Estado. Uma canalhice absurda!
A raiva de Wagner Moura, e de demais artistas que comungam da mesma opinião do ator, parte de premissas totalmente equivocadas e mentirosas. As críticas impetradas às leis de incentivo cultural versam sobre o mau uso ou o uso preferencial destas leis a artistas já conhecidos, famosos e consagrados que não precisam mais de um aporte financeiro público para realizarem suas produções. O objetivo das leis de incentivo (como a Lei Rouanet) é para ajudar e desenvolver as produções artísticas de anônimos ou “famosos” locais que não tem condições mínimas de arcarem com os custos de uma produção, pois precisam do amparo estatal para até mesmo sobreviverem artisticamente.
A declaração de Wagner Moura demonstra sua total inépcia sobre o que é a verdadeira cultura, pois a tratam como um bibelô, como patrimônio pessoal manipulável à vontade própria. Uma das críticas feitas à Moura resume bem o sentido de suas declarações: “artistas ricos sempre pensando em si mesmos usando o sofrimento alheio como pano de fundo para suas poses”. É preciso moralizar e reconfigurar as iniciativas de fomento da cultura no Brasil, para que vigaristas como Wagner Moura e afins não sigam vendendo-se como abolicionistas de si mesmos, fingindo lutar pelo desenvolvimento da cultura nacional, enquanto desenvolvem os próprios bolsos com dinheiro público.


