Brasil

A apoteose inglória da COP30: dinheiro público gasto para brindar o vexame de nossa realidade política

A COP30 2025 já se destaca pelo número de vexames colecionados que pioram ainda mais a imagem mundial do Brasil.

O Brasil sedia neste mês de novembro a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) de 2025, onde os olhos do mundo todo se voltam para terras tupiniquins, mas por razões bem melancólicas, e porque não dizer vexatórias.

Pela primeira vez uma cidade brasileira é sede da COP30 e acontece 10 anos depois da assinatura do Acordo de Paris, onde países proponentes deste acordo se comprometeram a tentar conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. O evento busca debater o cenário ambiental mundial, encontrar soluções, definir metas, elaborar tratados, constituir instrumentos que reduzam emissões de gases de efeito estufa e combater eficazmente os impactos da crise climática. O principal pano de fundo é o controverso aquecimento global, uma espécie de “currupira” demoníaco que assola o planeta com suas peripécias climáticas ignoradas pelos malvadões da indústria mundial (apontados como protegidos do imperialismo yankee). Sigamos.

O evento acontece em Belém-PA, cujo prefeito é Igor Normando, primo do atual governador do Pará e herdeiro político do clã Barbalho Helder Barbalho. Em 2024 Lula chegou a cogitar trocar a sede do evento para o Rio de Janeiro ou São Paulo, devido à péssima gestão de Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), que era prefeito a época. A cidade não tinha, como continua não tendo, a estrutura necessária para receber um evento desta magnitude, forçando medidas de contenção para diminuir as disparidades e promover melhorias para receber as delegações dos países participantes. Mesmo assim houve dificuldades por causa dos preços estratosféricos: hotéis com diárias 15 vezes mais caras que o normal (com suítes a R$ 6,5 mil a diária); apartamentos anunciados por quase R$ 1 milhão para 11 noites; fast foods, refrigerantes, açaí e salgados comuns a 4 ou 5 vezes o valor de marcado, enfim. Tudo isso viralizou nas redes sociais causando um constrangimento para a organização do evento. Isso fez com que delegações de alguns países desistissem de participar da COP30 deste ano.

Já no primeiro dia do evento faltou água nos banheiros da ala da imprensa. O pior de tudo isso é a total incongruência entre o discurso e a prática dos paladinos da justiça ambiental e da “eco-política” da Esquerda brasileira emudecidos pelo espetáculo grotesco de deboche público do presidente da república, da sua primeira-dama de 5° categoria e de aliados pertencentes a alta cúpula do Executivo federal. Os gastos para bancar essa turba de sanguessugas chegam a cifras milionárias e a grande mídia (que atua como uma SECOM lulista) segue calada.

Entre os mimos está o luxuoso iate Iana III, alugado para atender às exigências de conforto do presidente Lula e da Janja, cujo valores dos custos da embarcação e de sua operação entraram na esfera do sigilo da gestão petista. O que se sabe é que a diária deste iate é de R$ 2,7 mil por pessoa. Sim, é isso mesmo: por pessoa! Sem contar a tripulação, os assessores e os demais integrantes da comitiva presidencial. Detalhe: o iate consome milhares de litros de diesel para sua navegação, o que contraria o significado do evento.

A COP30 traz em si algo de simbólico por ser realizada na região amazônica, mas apesar disso já se tornou piada mundial por conta de vários vexames crassos emergidos desde sua “pré-estreia”. Além da extravagância do iate de luxo, o governo brasileiro contratou dois navios de cruzeiro para fornecer leitos extras para delegados. E mais: foi construído um palco flutuante no formato de vitória-régia, sob o rio Guamá, custou a bagatela de R$ 30 milhões para a apresentação vip da cantora Mariah Carey, mas apenas para convidados.

O governo federal assinou o decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para garantir a segurança dos gringos durante a COP30, enquanto o estado Pará e os demais estados do Brasil sofrem com o narcoterrorismo e sem política de segurança pública efetiva.

Se o vexame dos gastos exorbitantes (que estão sob sigilo presidencial) tanto para a adequação da infraestrutura da cidade quanto para o conforto do presidente Lula e sua comitiva já não fossem suficientes, a COP30 trouxe outros embaraços tragicômicos: Jerônimo Rodrigues (governador da Bahia) tomou o microfone do Macron (presidente da França) para reclamar da falta de tradução simultânea; a Janja e a ministra Arielle Franco dançando em iate  de luxo que consome diesel tanto quanto uma frota de caminhões num evento em defesa de iniciativas eco-sustentáveis; jornalistas reclamando da falta de água para necessidades básicas e dos preços absurdos de salgadinhos; Hugo Motta e Alcolumbre sendo preteridos em favor de Janja na mesa da cúpula de líderes; artistas nacionais como Daniela Mercury e Margareth Menezes prestando vassalagem a Macron; uma claque de atores esquerdistas vestidos e interpretando animais passearam pela tal “green zone” da COP30 alimentando a imbecilidade cômica do evento, enfim. São vários vexames que contribuem ainda mais para o desgaste da imagem do Brasil perante a opinião pública mundial.

A COP 30 vai deixar um legado histórico caro, sobretudo a respeito do quanto podemos piorar nossa situação como país. Mas esse é o preço que a população paga por sua incapacidade avaliativa de escolher bons nomes para votar. Sabemos de todas as artimanhas eleitorais do mecanismo perverso da compra de votos, mas isto não pode ser desculpa para insistir no erro, porque no fim das contas toda a coletividade perde e sofre pela incompetência dos gestores públicos.

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