Brasil

A remoção da lei Magnitsky e a risada da tirania de toga

Os EUA retiram as sanções contra Moraes e sua esposa, decepcionando a Direita brasileira e fortalecendo a sanha autoritária judicial no país.

Os EUA revogaram as sanções da Lei Magnitsky impostas ao ministro do STF Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci, e a Lex Instituto de Estudos Jurídicos Ltda., que pertence à família do casal. A decisão se deu após o governo americano identificar contexto político favorável para reverter o cenário de caos institucional no Brasil sem precisar de desgaste diplomático.

Após quase cinco meses de tensão por conta da aplicação da sanção pelo Ofac, órgão do Departamento do Tesouro responsável pelo controle de ativos estrangeiros, esta decisão é um afago nos corações mais entusiasmados da militância governista que enxerga o ministro Moraes, e outros togados do STF, como um neo-justiceiro tupiniquim – uma espécie de Lampião da justiça – que combate os “inimigos da pátria vermelha”, unido com seus demais cangaceiros espalhados nos setores da grande mídia, nas universidades, no empresariado e no Parlamento brasileiro.

Para quem ainda tinha esperança de um revés no atual cenário político do país decisão do governo americano piora de vez a chance de encontrar uma luz no fim do túnel para a Direita nacional, haja vista que a Lei Magnitsky era tida como a melhor saída, e talvez a única, contra as arbitrariedades da nossa Suprema Corte, que agora ganha forças para continuar atuando suas beligerâncias jurídicas contra todo aquele que não atender a cartilha dos imperadores de toga. Não sei ao certo quais as consequências desta situação a curto e médio prazo, mas é fato que não vai dar em coisa boa. O país tem metade de sua população contra o governo Lula, número suficiente para uma brutal insurreição popular, onde a insatisfação social e a reprovação do Executivo federal é gigantesca e onde o acúmulo de ações frustradas da oposição que não mudam o estado de terror que vivemos potencializam o acúmulo do sentimento de indignação da população. Logo é de se esperar que isso em algum momento vá explodir, gerando um cenário real de protestos violentos e de guerra civil.

Nossa classe política parece não se importar muito com essa possível consequência. Há muitos parlamentares desdenhando da situação, acreditando que tudo se resolve nos bastidores com uma “conversinha”. Não estão interessados em resgate da ordem democrática, separação e harmonia entre os Poderes, nada disso! Estado democrático de direito é apenas tema dos discursos inflamados proferidos nos palanques para bombar nas redes sociais e entusiasmar o povão. Para essa horda fisiológica resgate da ordem institucional é defender Bolsonaro e sua família, o que é absurdo pra essa gente. Preferem ficar ali na zona de conforto do limbo fecal da inércia parlamentar deixando Bolsonaro sofrer por este não ter sido favorável ao sistema patrimonialista. Estes fisiológicos preferem negociar em troca de cargos e lutar apenas pela liberação das emendas parlamentares que vão garantir a reeleição. É repugnante!

Muitos analistas dizem que o sistema patrimonialista da nossa elite política queria acabar com aquela tal “onda anti-sistema” que o bolsonarismo cultivou no país, e isso acabou por fortalecer não apenas o Centrão, o PT e a própria elite política, mas especialmente o Judiciário. É notório que tudo mudou e para pior. Estes que hoje celebram a retirada das sanções da Lei Magnitsky contra Moraes são os mesmos que destruíram a segurança jurídica e desmoralizaram nosso Legislativo, colocando-os como vassalos cartoriais.

O ministro Alexandre de Moraes sai como o grande vencedor disso tudo, pois além de manter sua sanha autoritária segue como senhor absoluto do feudo político-judicial brasileiro. Porém, essa conduta totalitária tem prazo de validade, pois a história prova que a Esquerda sabe quem são seus aliados reais, e o Xandão não é um deles. É apenas um aliado de ocasião útil para derrotar os adversários políticos do momento, proteger correligionários corruptos e favorecer o plano de implantação socialista. No momento certo Moraes será o alvo da Esquerda e pagará muito caro por tudo o que fez contra a democracia brasileira.

Até lá, a Direita deve seguir lutando, trabalhando, estudando possibilidades e caminhos mais adequados que possam reverter esta conturbada situação política no país. Não será fácil, mas cada vitória pontual fortalece o quadro de reivindicações e as lutas por maiores conquistas. Talvez os EUA tenham negociado junto com o governo Lula a entrega do ditador Nicolás Maduro em troca da retirada sanção da Magnitsky. Vai saber! Vamos ter que aguardar o que o futuro nos trará.

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