Antes de cirurgia, Bolsonaro escreve carta e reitera candidatura de Flávio
Antes do início da cirurgia de Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) leu uma carta que teria sido escrita pelo pai. No texto, o ex-presidente reitera que indica seu filho como pré-candidato à Presidência em 2026.
O que aconteceu
Flávio disse que carta foi escrita pelo pai no dia 23. Na ocasião, Bolsonaro estava na Superintendência da PF, em Brasília, onde está preso desde novembro. O ministro do STF Alexandre de Moraes proibiu o uso de celulares dentro do quarto em que Bolsonaro está internado.
Decisão é consciente e amparada, escreveu o ex-presidente. No texto, Bolsonaro diz que entrega “o que há de mais valioso para um pai, o seu filho”. Na carta, ele diz ainda que a indicação de Flávio está “amparada no desejo de preservar a representação daquilo que confiaram em mim”.
O texto não faz referência alguma à cirurgia a que Bolsonaro será submetido às 9h. O ex-presidente fala que tem enfrentado “duras batalhas” e “pagando preço alto com saúde e família” por defender aquilo que acredita ser o melhor para o país. O texto foi lido pelo senador em frente ao hospital DF Star, onde o ex-presidente está internado desde ontem.
Escrever cartas foi sugestão para Bolsonaro se comunicar com a população, a partir da prisão. A sugestão partiu de pessoas próximas, mas o ex-presidente não havia redigido nenhuma até agora. O motivo seria manifestar a vontade de ver Flávio presidente.
Nas redes sociais, nesta manhã, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu oração ao marido. “Peço que se unam a nós em oração por ele e por toda a equipe médica”, disse sem citar a leitura da carta.
Por volta das 9h20, Bolsonaro foi para o centro cirúrgico, segundo Michelle. Hoje, os médicos vão cuidar da hérnia inguinal bilateral. A necessidade do procedimento foi confirmada também pela perícia médica realizada pela Polícia Federal. Somente após o laudo, o ministro autorizou a cirurgia e a primeira saída de Bolsonaro da Superintendência da PF, onde está preso desde novembro.
Durante o período de internação de Bolsonaro, os médicos devem analisar os soluços. Segundo o cirurgião do ex-presidente, Cláudio Birolini, existe a possibilidade de aplicar uma anestesia no diafragma de Bolsonaro para reduzi-los. O laudo da PF apontou que Bolsonaro tem de 30 a 40 soluços por minuto.
A previsão é de que o ex-presidente tenha alta em sete dias. Michelle foi autorizada por Moraes a ser a acompanhante do marido durante seu período de internação. Após pedido da defesa, o ministro liberou que os filhos visitassem o pai, de acordo com as regras do hospital. As demais visitas, segundo determinação, devem ser autorizadas previamente pelo Supremo.
UOL
