Centrão simula apoio a Bolsonaro, mas costura alternativas para 2026

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanecem leais a ele enquanto se aproxima seu julgamento no Supremo Tribunal Federal. Acompanham de perto suas conversas para ter seu sobrenome nas urnas em 2026, mas costuram alternativas para fazer a cabeça do maior cabo eleitoral da direita no momento que julgarem apropriado.
Agora é hora da plantação. Alguns quadros se movimentam com expectativa de se viabilizarem ou, ao menos, estarem bem posicionados para negociar. Os governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Jr. (Paraná) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) já levantaram o braço. O nome considerado mais forte é o de Tarcísio de Freitas (São Paulo).
Se o centrão não conseguir unificar-se em uma candidatura de oposição e lançarem-se uns contra os outros, a tendência é o presidente Lula (PT) sair em vantagem. Ainda que os índices de popularidade estejam insistentemente baixos, o incumbente tem instrumentos poderosos para tentar a reeleição.
Há quem veja com ceticismo a possibilidade de Bolsonaro apoiar um nome forte da direita na disputa. Mas os acenos já começaram. Caiado insiste em que dará anistia ao ex-presidente no primeiro dia de governo se for eleito. Ao mesmo tempo promete acabar com a farra das emendas, retomando a autoridade do presidente da República.
Os obstáculos para se viabilizar começam em seu próprio partido, União Brasil, um dos principais beneficiários das emendas no Congresso, nota Thais Bilenky.
O colunista José Roberto de Toledo é categórico sobre o bolsonarismo. “Não tem herdeiro, tem um monte de nomes, tem filhos, mas herdeiro de verdade não tem, porque um cara que foge para os Estados Unidos e recebe R$ 2 milhões de mesada do pai para se sustentar no exterior é um desocupado, ele não é um candidato a presidente da República”, disse.
UOL