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Contra resposta americana às decisões do STF

O Secretário de Estado norte-americano afirma que no Brasil o estado de direito está entrando em colapso.

O secretário de Estado americano Marco Rubio declarou nesta segunda-feira (15) em entrevista que os EUA anunciarão novas sanções contra o Brasil em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão na última quinta-feira (11). Rubio não deixou claro que medidas serão estas, mas o tom firme e ameaçador levanta hipóteses nada agradáveis.

Todos estamos acompanhando o papel da nossa Suprema Corte desde o início do mandato do ex-presidente Bolsonaro, seus desdobramentos que construíram um conflito com o Legislativo e as implicações de uma atuação atípica de alguns ministros que criaram uma rusga diplomático com o governo americano.

Rubio já havia declarado que os Estados Unidos responderiam de forma “adequada” ao que chamou de “caça às bruxas” que vem ocorrendo no Brasil. Com o “tarifaço” já anunciado, é de se esperar que as novas sanções promovam impactos árduos tanto, e principalmente, para a economia quanto para a área comercial, jurídica e política interna do país. Vale lembrar que o ministro vide Alexandre de Moraes já é sancionado pelos EUA.

A reação do governo americano não deixa de ser pertinente, pois houve uma série de adversidades (como mudança de entendimento de jurisprudências, negativa de acesso dos autos pela defesa e suspeição de ministros) do início ao fim do processo, segundo juristas e ex-membros da Suprema Corte (como Marco Aurélio Melo). Marco Rubio afirmou ainda que os ministros do STF atuam como “juízes ativistas” que perseguiram Bolsonaro e que esta mesma Corte tentou punir cidadãos americanos por meio de medidas “extraterritoriais”.

O ambiente político interno continua problemático, haja vista o confronto aberto entre a oposição e o governo Lula (que conta com o apoio da maioria dos ministros do STF), mas piora com uma crise diplomática com o pais mais poderoso do mundo. As tensões entre Brasil e EUA se fortalecem ainda mais pela resistência ideológica ou por uma vaidade tupiniquim do presidente Lula – que acredita que soberania nacional é “fazer birra” diplomática tratando a situação como uma espécie de luta de classe do “outubro vermelho” contra o “imperialismo americano”. Nesse cabo de guerra vence quem tem mais força e o Brasil é o único que tem muito, mas muito mais a perder.

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