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Empresário presenteia cada um de seus funcionários com bônus de R$ 2,4 milhões

Empresário destina 15% do valor da venda bilionária da companhia Fibrebond para seus empregados, gerando bônus milionários e impacto direto na vida de cidade de 12 mil habitantes nos EUA

Em março, Lesia Key foi chamada pelo seu chefe, Graham Walker, perto da fábrica onde trabalhavam. Em uma mesa na calçada, Walker a agradeceu pelos 29 anos de serviço. Então, um colega deu a ela um envelope: ela o abriu e desatou a chorar, enquanto Walker segurava as lágrimas.

A quantia dada pelo empresário para sua funcionária era suficiente para mudar a sua vida – e também a de cada um dos 539 funcionários da companhia.

A família do empresário Graham Walker fundou na Louisiana, nos Estados Unidos, a Fibrebond, fabricante de gabinetes para equipamentos elétricos. No início deste ano, ele, como administrador da empresa, decidiu vendê-la para a companhia global de gerenciamento de energia Eaton por US$ 1,7 bilhão (aproximadamente R$ 9,4 bilhões na cotação atual). Mas, antes de assinar o acordo, incluiu uma condição: 15% do valor da venda seriam destinados aos seus funcionários.

Walker quis recompensar os que ficaram ao seu lado mesmo nos períodos difíceis. O valor total disponibilizado, segundo o The Wall Street Journal, foi de US$ 240 milhões (R$ 1,1 bilhão). A partir de junho, seus 540 empregados começaram a receber, em média, US$ 443 mil (R$ 2,4 milhões), a serem pagos ao longo de cinco anos – mas desde que permanecessem na empresa durante esse período. Os funcionários de longa data receberam muito mais.

Walker à frente de grupo de funcionários da Fibrebond — Foto: Divulgação
Walker à frente de grupo de funcionários da Fibrebond — Foto: Divulgação

“Parecia justo que os funcionários tivessem quase um quarto de bilhão de dólares nas mãos”, disse o empresário. Um porta-voz da Eaton acrescentou: “Chegamos a um acordo com esta empresa familiar de segunda geração, que honra seus compromissos com seus funcionários e com a comunidade”.

No dia da distribuição do dinheiro, os recebedores ficaram incrédulos – alguns até pensaram que fosse uma pegadinha. Acabaram usando o montante para quitar dívidas, comprar carros, pagar a faculdade dos filhos, investir na aposentadoria, viajar…

O dinheiro também impulsionou os negócios na cidade onde fica a Fibrebond: Minden, que conta com cerca de 12.000 habitantes. O prefeito Nick Cox observou que os bônus representam um grande incentivo para o município e a paróquia, que têm a Fibrebond como sua maior empregadora. “Há muita repercussão sobre a quantidade de dinheiro que está sendo gasta [nos comércios locais]”, contou ao WSJ.

De quitação de hipoteca a viagens

 

Lesia Key começou na empresa em 1995, ganhando US$ 5,35 (R$ 29,7 na cotação atual) por hora. Ao longo dos anos, ela foi subindo na carreira e, no início de 2025, liderava uma equipe de 18 pessoas. Ela usou o bônus para quitar a hipoteca da casa e realizou o sonho de abrir uma boutique de roupas em uma cidade próxima. “Antes, vivíamos de salário em salário. Agora posso vive tranquila; sou grata”, celebrou.

Hector Moreno, executivo de desenvolvimento de negócios da Fibrebond, pegou o valor recebido e pagou uma viagem comemorativa de 25 familiares para Cancún.

Hong Blackwell, gerente assistente de longa data da empresa, ganhou quase US$ 27 (R$ 150) por hora nos últimos anos. Ela pensou em se aposentar antes da venda, mas um amigo a aconselhou a esperar.

Quando soube da cláusula de que teria de trabalhar por mais cinco anos, desanimou – contudo, esta só valia para quem tinha menos de 65 anos – ela tem 67. “Eu disse ‘Louvado seja o Senhor!’. Comecei a chorar e a pular”, recordou, acrescentando que, hoje, ela está aproveitando a aposentadoria e usou o bônus para comprar um Toyota Tacoma para o marido. Talvez faça com ele algumas viagens, mas a maior parte do valor será guardado.

Walker, que deixará a empresa em 31 de dezembro, disse que gostou de observar as reações dos funcionários, e pediu a eles que lhe contem como o dinheiro mudou suas vidas. Espero que, quando tenha 80 anos, ainda receba e-mails contando como essa decisão impactou alguém”, completou.

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