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VÍDEO-Fome mata um palestino a cada 6 horas em Gaza; alimentos estão na fronteira

Gaza registra uma morte por fome a cada seis horas. O alerta lançado pela ONU revela que, desde julho, 204 pessoas não sobrevivam à falta de alimentos – dessas, 51 eram crianças. Isso representa quatro pessoas por dia, neste período.

Os dados, que constam em um informe produzido pelo Escritório de Coordenação Humanitária da ONU e distribuído aos governos, evidenciam que nos últimos 50 dias a crise se intensificou.

De acordo com o documento que cita o Ministério da Saúde de Gaza, entre outubro de 2023 e 20 de agosto de 2025, 269 mortes de palestinos foram relacionadas à desnutrição, incluindo 112 crianças.

No total, a estimativa é de que, até o dia 20 de agosto, 62,1 mil palestinos morreram em Gaza desde outubro de 2023, por conta da ofensiva militar e da crise humanitária. 156 mil estariam feridos. Se não bastasse, o Ministério da Saúde palestino observou ainda que o número de vítimas entre as pessoas que tentavam acessar suprimentos alimentares aumentou para 2.018 mortos e mais de 14.947 feridos desde 27 de maio de 2025.

“A fome em Gaza está no pior nível desde outubro de 2023 e a quantidade de ajuda que entra na Faixa é insuficiente para atender à escala das necessidades”, alerta o documento.

Segundo o informe, mais de 13 mil admissões de crianças com desnutrição aguda foram registrados nos hospitais de Gaza apenas no mês de julho, o dobro do número de admissões registradas em junho e um aumento de mais de seis vezes em comparação com as 2.000 admissões em fevereiro.

Em 7 de agosto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirmou que o ritmo dessa deterioração era alarmante e exigiu que os suprimentos nutricionais chegassem urgentemente às crianças antes que mais vidas fossem perdidas.

“O número de casos mais graves, que precisam ser hospitalizados em centros de estabilização, também está aumentando, com 54 admissões relatadas pela OMS nas duas primeiras semanas de agosto”, disse.

Apesar do número crescente de casos, existem apenas cinco centros para o tratamento da desnutrição aguda grave em toda a Faixa de Gaza, incluindo dois na cidade de Gaza, um em Deir al Balah e dois em Khan Younis, com uma capacidade total de 43 leitos, insuficiente para lidar com o elevado número de casos.

Associated Press/UOL

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