O velho espetáculo camaleônico dos imodestos republicanos
Com os desdobramentos das investigações da PF e da CPMI do INSS a Esquerda brasileira continua blindando seus corruptos em nome do ideário bolchevique

Há quem diga que a política é a arte do possível ou que é a tentativa de realizar apenas aquilo que pode ser realizável. Os mais pessimistas entendem ser a habilidade de realizar o desejo dos que estão no Poder. Já o conceito histórico nos diz, de forma geral, que é a arte ou ciência da organização, direção e administração de países ou governos. A dinâmica de atuação da política ao logo dos anos, desde Péricles até hoje, nos trouxe desdobramentos que culminaram em várias vertentes bem peculiares (algumas muito perversas), mas que de alguma forma moldaram as características do que conhecemos hoje como Política brasileira.
É dentro deste escopo que temos, por exemplo, o Ministro dos Esportes André Fufuca, figura conhecida do cenário político do Brasil, e em especial do Maranhão. Seu lastro político vem desde 2010 quando eleito o deputado estadual mais jovem do Brasil em 2010 (com apenas 21 anos pelo PSDB). É filho de Fufuca Dantas, pecuarista e político maranhense e prefeito de Alto Alegre do Pindaré-MA. Foi eleito deputado federal a primeira vez pelo PEN (Partido Ecológico Nacional), em 2022 foi reeleito para o 3° mandato pelo PP. Atualmente e pré-candidato ao senado federal em 2026.
Fufuca tem algumas peculiaridades que assustam até mesmo os mais otimistas cientistas políticos. Não parece ter lado político definido, mas tem propósito e é em nome disto que toma posturas um tanto quanto questionáveis sob o ponto de vista dos princípios políticos. Sua conduta ao operar alianças é estranho, pra dizer o mínimo, e se traveste nos clichês panfletários de “sou um democrata”, ou “meu partido é o Brasil, pois quero o melhor para todos”.
O Ministro dos Esportes recentemente em evento que contou com a presença do presidente Lula declarou publicamente seu apoio ao atual chefe do executivo federal para as eleições em 2026. Lembrando que o mesmo André Fufuca apoiou o então presidente Jair Bolsonaro nas eleições 2026, da mesma maneira eufórica e contundente que faz agora para Lula. Mas pior que isso é que o Fufuca afirmou aos quatro ventos que permanecerá como ministro como forma de gratidão a confiança depositada à sua pessoa pelo presidente Lula, contrariando a determinação do PP nacional, por conta da Federação PP e União Brasil, de todos os seus correligionários abandonarem a base do governo federal.
Como consequência nesta quinta-feira (8) a direção nacional do partido Progressistas (PP) decidiu pelo afastamento do Ministro dos Esportes André Fufuca por desobediência. “O Progressistas comunica que, diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como como da vice-presidência nacional do partido”, diz o comunicado divulgado na segunda (6) pelo PP.
Há muita discussão na definição do que é princípio político, mas é certo que nossas condutas são frutos de princípios morais e éticos que formam nossa personalidade, nos orientando a tomar decisões importantes em nossas vidas que nos trarão consequências, para o bem ou para o mal. Então como seres políticos que somos, nossas condutas políticas expressam esses valores morais e éticos de nossa personalidade. Dessa forma, atitudes como a do ministro Fufuca fortalece a descrença e o descrédito da população na classe política, pois como confiar numa pessoa mutável, que faz política de acordo com o contexto político?
Essa movimentação é bem característica do “brasileirismo político” que temos, genuíno em certa medida, e que se alimenta ou do conformismo geral da sociedade ou do desejo vaidoso daqueles que não mais querem somente obedecer e sim mandar. Há uma máxima popular que sintetiza bem isso: “o inimigo de ontem pode ser meu aliado de amanhã”. Ou seja, pensar muito bem antes de agir, pois as inimizades na política são apenas impulsos reativos frutos de um contexto que pode mudar a qualquer tempo. Talvez isto seja o que explique a conduta camaleônica do ministro André Fufuca como político.
A população, apesar de vítimas de um mecanismo perverso de fraude eleitoral e compra de votos, reconhece ações nobres e genuínas de quem verdadeiramente quer soluções para os problemas nacionais. Tudo isso é cobrado não apenas nas urnas, mas no dia a dia quando os abraços, sorrisos e afagos acabam junto com a campanha eleitoral, pois na política a resposta das ruas sempre vem na mesma proporção das chicanas que criam as alianças de ocasião…e o rótulo da vigarice fica pra sempre.