
Deputados federais e estaduais de vários partidos estão acusando o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), de usar a Polícia Civil do estado como um “instrumento de perseguição política” a opositores. Eles pediram investigação ao MP (Ministério Público) Estadual e à PF (Polícia Federal).
Nesta segunda-feira (13), o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) publicou no X um ofício direcionado ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pedindo que a PF apure supostos grampos em conversas dele e do colega Rubens Pereira Júnior (PT-MA) —o que é negado “com veemência” pelo governo.
Os deputados e o governador são da base de apoio de Lula no Maranhão. Entretanto, como mostrou a coluna na semana passada, há um racha entre políticos de esquerda no estado, que ameaça dividir o palanque do presidente em 2026. O rompimento piorou com a ida do ex-governador Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal), em fevereiro de 2024, deixando um vácuo de liderança do grupo no Maranhão.
Ao UOL, Jerry disse que, na semana passada, foi procurado por uma jornalista que citou a existência de cópias de gravações dele e, em seguida, mandou uma transcrição de aspas atribuídas ao deputado. “Achei muito estranho porque não há investigação contra mim e, se há gravação, alguém fez ilegalmente. O Rubens Júnior me reportou a mesma situação, então não era uma coisa isolada”, afirma.
Segundo a denúncia feita a Hugo Motta, informações que os parlamentares receberam dão indícios de que ambos teriam sido grampeados.
“Tais supostas gravações constariam em inquérito policial instaurado e instruído pela Polícia Civil do Estado do Maranhão e que teriam sido, inclusive, objeto de perícia, e que foram encaminhados para a imprensa. Os áudios acabaram não sendo disponibilizados aos deputados federais. Os fatos são gravíssimos, pois podem revelar possível utilização política da Polícia Civil do estado do Maranhão para perseguir adversários e/ou até mesmo para constranger aliados”, diz o ofício.
A assessoria de Motta informou que ele não vai se manifestar por enquanto.
UOL