Opositora venezuelana vence Nobel da Paz; alerta para democracia no mundo

María Corina Machado, opositora venezuelana, vence o prêmio Nobel da Paz de 2025 e frustra as expectativas de Donald Trump. Ela é uma das principais vozes contra o presidente Nicolas Maduro. Mas, para os organizadores do prêmio, trata-se também de um prêmio para soar o alerta contra os ataques que a democracia vem sofrendo pelo mundo. “Foi a urna contra balas”, afirmaram os organizadores do Nobel.
Neste ano, o prêmio foi ofuscado por uma campanha de meses de Trump para ganhar o que muitos consideram como o prêmio mais prestigiado do mundo. O americano tem se manifestado abertamente sobre seu desejo por repetir o feito de quatro de seus antecessores: Barack Obama em 2009, Jimmy Carter em 2002, Woodrow Wilson em 1919 e Theodore Roosevelt em 1906. Trump chegou a dizer que não receber o prêmio seria uma “ofensa aos americanos” e insistiu que fechou pelo menos sete acordos de paz – muitos deles discutíveis.
Mas a escolha de Oslo foi por um outro caminho, inclusive com uma crítica velada ao próprio chefe da Casa Branca e os ataques contra a democracia.
“Viver num mundo com menos democracia e mais regimes autoritários significa que o mundo está mais perigoso. Esta é a mensagem, precisamos apoiar as forças democráticas, em nome da paz”, disse Jørgen Watne Frydnes, presidente do Comitê do Nobel, nesta manhã em Oslo.
Nina Græger, diretora do Peace Research Institute Oslo, destacou que “o prêmio é, acima de tudo, um prêmio para a democracia”.
“Pesquisas demonstram que a democracia é uma condição prévia importante para a paz. Em um momento em que o autoritarismo está em ascensão em todo o mundo, este prêmio destaca a coragem daqueles que defendem a liberdade com votos, não com balas”, disse.
Opositora venezuelana
Ainda assim, Machado é vista como uma aliada do governo Trump e o prêmio pode colocar uma pressão ainda maior sobre Maduro, alvo de ataques militares por parte dos EUA.
Ela vive escondida e não existem garantias de que ela possa viajar até Olso para receber a homenagem, em dezembro.
UOL