Governo libera emendas para ampliar apoio a Messias no Senado
Planalto liberou R$ 807 milhões em rubricas do Congresso desde indicação ao STF, e 22,9% são verbas do orçamento secreto para o MA e o AP

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) focou no pagamento de emendas do orçamento secreto para reforçar a campanha do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Esse pacote para amaciar a resistência do Legislativo ao jurista atende especialmente às bancadas do Amapá, estado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), e do Maranhão, base do relator da indicação, o senador Weverton Rocha (PDT).
Para chegar ao STF, o AGU precisa de 41 votos no Senado, mas a campanha tem se demonstrado difícil. Alcolumbre anunciou voto contrário e tem estimulado a resistência dos pares a Messias, diante da preferência da Casa pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Num supremo esforço, o governo Lula pagou R$ 807 milhões em emendas desde o dia 20/11, quando foi anunciada a indicação, sendo R$ 699 (86,57%) milhões em rubricas de bancadas e comissões, sem autoria clara.
- R$ 108,4 milhões em emendas individuais
- R$ 481,2 milhões em emendas de bancada (RP7), sendo R$ 119,6 milhões para o MA e R$ 65,2 milhões para o AP.
- R$ 213,8 milhões em emendas de comissão (RP8)
- R$ 3,9 milhões em emendas de relator (RP9).
Entre as bancadas estaduais, a mais prestigiada é a bancada do Maranhão de Weverton Rocha, que teve R$ 119,6 milhões liberados. Em seguida está o Amapá de Alcolumbre, com R$ 65,2 milhões liberados. Ou seja, juntas, as bancadas dos dois agentes decisivos para a aprovação de Messias representam 22,9% dos R$ 807 milhões pagos pelo governo Lula desde a indicação de Messias.
Além do foco regional, o Planalto deu atenção especial às emendas de comissões, outra rubrica bastante apreciada pelos congressistas, especialmente pelo Centrão. Ao todo, foram R$ 213,8 milhões pagos nessa categoria desde a indicação de Messias. No total, apenas R$ 108,4 milhões (13,43%) dos R$ 807 milhões liberados foram de emendas individuais, que possuem autoria clara.
As emendas de bancadas estaduais são assinadas “em conjunto” por deputados e senadores de cada estado. Elas fazem parte do chamado novo orçamento secreto pela dificuldade de rastreabilidade da autoria da rubrica. A mesma coisa acontece com as emendas de comissões, determinadas “em conjunto” pelas comissões temáticas da Câmara e do Senado.
Metrópoles



