Preço do café dobra e perspectiva de queda fica apenas para 2026

De repente, um café expresso em qualquer padaria pode custar R$ 10 ou mais. Diante do que parece um despropósito, você começa a diminuir o número de xícaras por dia e surge a dúvida: quando o preço do café vai cair? Se voltar, será em 2026 e não deve ser no mesmo patamar de antes, dizem especialistas do setor.
O que aconteceu
Grão do café torrado e moído saltou 98,4% em um ano e meio. Os números do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) correspondem à variação acumulada desde janeiro do ano passado, período marcado por 17 altas consecutivas. Somente em maio, o aumento dos preços nas gôndolas foi de 4,6%.
Inflação refletiu na redução do consumo. Diante da alta dos preços, as compras de café caíram 16% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café). Nos primeiros quatro meses deste ano, a retração alcançou 5%.
Oferta menor do grão deu origem à alta dos preços. Segundo a diretora-executiva da OIC (Organização Internacional do Café), Vanusia Nogueira, o preço elevado do grão em 2025 é sustentado por uma “tempestade perfeita”. Entre os problemas citados aparecem as mudanças no clima das principais regiões produtoras e as incertezas no cenário geopolítico, que contribuem para a variação de preços em diversos países.
Soma-se a isso o avanço em mercados internacionais. Segundo a OIC, o consumo na China passou de 231 mil sacas de 60 kg em 2002 para 2,8 milhões em 2022. “Irregularidades climáticas em regiões produtoras-chave, como secas prolongadas ou chuvas intensas no período de florada, limitaram a oferta. Do lado logístico, apesar de algumas melhorias, ainda enfrentamos atrasos no transporte e custos elevados de frete”, afirma Nogueira.
UOL