Quem é o empresário considerado ‘epicentro’ de esquema do PCC

Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo” ou “João”, é investigado por comandar um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, articulado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
O que aconteceu
Mohamad se apresentava como CEO da empresa G8LOG em seu LinkedIn. A empresa seria especializada em transporte rodoviário de cargas perigosas como combustível.
Mohamad Hussein Mourad é o epicentro das operações, com seus familiares e associados desempenhando papéis cruciais. Sua rede de Mohamad é extensa e inclui familiares, sócios, administradores e profissionais cooptados.
– Juiz Sandro Nogueira de Barros Leite, em trecho de decisão judicial que desencadeou operação hoje.
Mourad afirmava também ser consultor do grupo Copape, responsável pela formulação de gasolina a partir de derivados de petróleo. “Sou um empresário e investidor que acredita na potência do trabalho, da disciplina e do comprometimento como caminho para o alcance de resultados sólidos”, escreveu em seu perfil do LinkedIn.
Investigações mostram que Mohamad teria usado as empresas Copape e Aster (distribuidoras de combustíveis) para fraudes fiscais e lavagem de dinheiro. O grupo liderado por ele inflava os preços entre Copape e Aster para sonegar impostos e obter créditos tributários ilegais.
Em vídeo publicado em suas redes sociais, Mohamad diz que Copape havia sido fechada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) por estar associada ao PCC. Publicação foi feita há oito meses e alega que a associação com o grupo criminoso havia sido desmentida.
Sua irmã, Amine Mourad, é responsável pela rede de conveniências Empório Express, com 168 lojas, e também é sócia da Sudeste Terminais, que assumiu as operações da Copape após ela ser cassada. Já seu irmão, Armando Mourad, é presidente da Safra Distribuidora de Petróleo e comanda outras empresas do setor, como a Monroy West Energy, que teria sido criada para contornar a suspensão da Copape.
Entre os primos, destaca-se Himad Mourad, fundador da Insight Participações, usada para proteger patrimônio e lavar dinheiro, segundo as investigações. Ele também participa de fundos imobiliários e empresas como GGX Global e Locar Locadora. Outro primo, Ali Mourad, é sócio da Conceb Engenharia, que construiu o escritório de Mohamad em Catanduva.
Silvana Correa, companheira de Mohamad, é dona da VM Administração de Bens, empresa usada para ocultar patrimônio, conforme a investigação. Hussein Mourad, da mesma família, é sócio da Sudeste Terminais. Tharek Bannout, ligado a várias empresas do grupo e a postos de combustíveis em São Paulo, tem vínculo familiar com Mohamad por sua irmã, que é casada com um primo do empresário.
UOL