
Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Karollen Vitória Cunha, mãe e filha, tinham 12 milhões de seguidores nas redes sociais. As duas vítimas são crianças pobres, que vivem em uma comunidade em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
A Justiça condenou a 12 anos de prisão por injúria racial duas influenciadoras que publicaram, em redes sociais, vídeos em que oferecem banana e macaco de pelúcia a crianças negras.
Alívio. É o sentimento hoje da mãe de uma das crianças.
“A Justiça está sendo feita porque o que ela fez, não faz com ninguém”, afirma Dilcelaine Vieira, recicladora.
A filha de Dilcelaine, com 9 anos na época, sofreu bullying na escola, foi alvo de ofensas e chacota depois que as imagens dela foram parar nas redes sociais em 2023. Nos vídeos, as influenciadoras Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Karollen Vitória Cunha, mãe e filha, ofereciam banana e um macaco de pelúcia a crianças negras.

As duas vítimas são crianças pobres, que vivem em uma comunidade em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na época, as influenciadoras tinham 12 milhões de seguidores nas redes sociais.
O caso foi parar na Justiça. E nesta segunda-feira (18) veio a decisão de primeira instância. A juíza Simone de Faria Ferraz condenou as influenciadoras a 12 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de R$ 20 mil de indenização a cada uma das duas vítimas.
“É uma decisão que, pontualmente, vai servir como exemplo para que esse tipo de atitude não se repita. Essa espécie de racismo recreativo, que tem a aparência de uma brincadeira, mas que, na verdade, contém, traz, no seu bojo, uma grande crueldade”, diz Alexandre Moura Dumans, advogado criminal.
TV Globo