Brasil entrou gratuitamente em conflito com EUA por Brics, diz economista…

Gabriel Leal de Barros avalia que a defesa de Lula por uma moeda alternativa ao dólar em negociações de países do grupo tem “peso importante” em tarifaço.
O economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel Leal de Barros, 39 anos, avalia que a defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma moeda alternativa ao dólar em negociações do Brics teve um “peso importante” na sobretaxa norte-americana nos produtos brasileiros. A declaração foi dada em entrevista ao Poder360.
“Essa afirmação de que as negociações não precisariam passar pelo dólar necessariamente, que o Brics poderia ser inclusive um vetor para desintermediar o dólar, é uma coisa que é buscada por países que estão em guerra, países sancionados. Até então o Brasil não estava nessa lista de países com sanções e com tarifas. É o caso da Rússia, por exemplo, da China, do Irã. Países que de fato enfrentam restrições e aí buscam outros caminhos para efetuar suas transações comerciais fugindo do dólar. Mas o Brasil, apesar de não ter nenhuma guerra, não ter nenhum conflito geopolítico, entrou gratuitamente nesse conflito”, declarou o especialista.
Barros afirma que Lula escalou durante encontro do Brics, no Rio, em agosto, quando sinalizou que não desistirá de buscar fazer negócios em outras moedas que não o dólar. “O presidente veio ao longo do evento dos Brics, digamos assim, instigando alguma reação da economia norte-americana, dos Estados Unidos, do governo norte-americano. Ele chegou por diversas vezes, em diversos dias consecutivos, parece que provocar uma reação proposital do Trump”, disse.
NOVA RETALIAÇÃO O Poder360 mostrou que a Rússia se tornou a maior vendedora de diesel ao Brasil sob a Presidência de Lula. Há negócios envolvendo petróleo e derivados, como fertilizantes. Esses produtos integram a lista dos itens que se livraram do tarifaço. Segundo o economista, há chances de o Brasil sofrer nova retaliação por seguir comprando itens da Rússia, com tarifas iguais ou acima de 100% –desta vez, sem exceções. “Esse risco vem crescendo ao longo das últimas semanas. Se isso acontecer, o Brasil pode ter bastante dificuldade para se reequilibrar do ponto de vista de atividade econômica”. Afirmou.
Poder 360