As pérolas retóricas do presidente Lula
O presidente da república naturaliza verborragias, alimenta polarização virulenta e estampa uma natureza hostil que contradiz o espírito democrático de um verdadeiro político

Não é surpresa alguma ouvir os entusiasmos retóricos proferidos pelo presidente Lula em seus comícios devidamente organizados para seus eleitores. A nova pérola do colar discursivo do presidente da república tem a ver com algo até poético, em certa medida.
No dia 4 de setembro, no evento de lançamento do programa Gás do Povo, Lula disse que “nem barata tem sangue amarelo”, uma clara referência aos programas “Verde e amarelo” do governo de Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira (6) durante um evento de entrega de casas populares em Imperatriz-MA, Lula soltou mais um de seus mimos retóricos contra Bolsonaro: “Por Deus do céu, eu não sei o que aquela praga que governou antes de mim veio fazer nesse país. Eu não sei, por Deus do céu, como é que alguém acaba com o Minha Casa Minha Vida, que é o maior programa habitacional já feito na história deste país”.
A fala é mentirosa, pois o que o ex-presidente Bolsonaro fez foi substituir (e não acabar) o “Minha Casa Minha Vida” pelo programa habitacional “Casa Verde e Amarela”. Também é um desastre pela eloquência virulenta e pelo comportamento natural público de um personagem político que se camufla quando convém.
A fala também expõe a crítica do atual presidente, e de toda a Esquerda, aos símbolos e referências patrióticas consolidadas como sendo característicos da Direita brasileira e o desprezo aberto a tudo que possa representar qualquer coisa à direita.
A história do Marxismo, suas aplicações e implicações por onde fincou raízes na história demonstra claramente que para o sucesso de uma insurreição comunista é necessário desconstruir, ou eliminar, qualquer traço de representatividade “burguesa” constituída para, dessa forma, impor a ditadura do proletariado.
A fala, com um condão verborrágico em si, constata a natureza minimamente apedeuta do presidente. Para ele não importa se o povo brasileiro como um todo sofre com a condução desastrosa da política econômica, da saúde pública, da educação e da falta de disposição diplomática do seu governo.
Parece ser mais importante o discurso em si do presidente, demonizar seus adversários e tudo o que seja “do outro lado”. Isto prova mais uma vez que o desastre político de nossa república não é algo a ser recuperado pelas cabeças que comandam o país, mas sim alimentado para manter uma dicotomia política pueril.