Economia

Depois de 10 meses, alimentos ficam mais baratos — veja o que baixou

A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), apresentou em junho de 2025 um sinal de alívio para os consumidores, principalmente com a baixa do custo dos alimentos.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa foi de 0,26%, marcando a quarta desaceleração consecutiva e vindo abaixo das expectativas do mercado, que projetavam 0,30%.

O principal destaque foi a queda de preços dos alimentos, o que representa a primeira deflação no setor em quase 10 meses. Além disso, a gasolina também registrou queda, contribuindo para a desaceleração do índice.

Queda nos alimentos puxa inflação para baixo

O que ficou mais barato

alimentação no domicílio registrou deflação de -0,24%, puxada principalmente pela queda nos preços de três alimentos fundamentais:

Tomate

  • Variação: -7,24%;
  • Após meses como um dos vilões da inflação, o tomate registra forte recuo.

Ovo de galinha

  • Variação: -6,95%;
  • Essencial para o consumo diário, o preço do ovo também caiu de forma significativa.

Arroz

  • Variação: -3,44%;
  • Após meses de alta, este alimento volta a ficar mais acessível nas prateleiras.

Essas reduções indicam uma melhora na oferta e possíveis impactos positivos das safras recentes. A normalização de estoques e menor pressão dos custos logísticos também contribuíram.

Itens que ainda pressionam

Apesar das boas notícias, alguns produtos continuam registrando alta:

Café moído

  • Variação: +2,86%;
  • Embora tenha desacelerado, o café ainda apresenta elevação de preços.

Energia elétrica sobe e pressiona habitação

Impacto da mudança na bandeira tarifária

No grupo de Habitação, a energia elétrica residencial apresentou alta de 3,29%, sendo o principal impacto de alta no mês. A mudança na bandeira tarifária adotada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) influenciou diretamente esse aumento.

Gasolina recua e contribui para desaceleração

Combustíveis em queda

  • Gasolina: -0,52%;
  • Demais combustíveis: todos em queda.

Apesar da redução nos preços, o grupo de Transportes ainda teve uma pequena alta devido a outros componentes da categoria. No entanto, a queda da gasolina teve peso relevante para o índice geral.

Análise: o que explica essa reversão nos preços?

Fatores conjunturais

  1. Clima e safra:
    O clima mais favorável e o início de novas safras impactaram positivamente a oferta de produtos agrícolas, como arroz e tomate.
  2. Câmbio estável:
    A estabilidade cambial recente contribuiu para a redução de custos de importação e insumos.
  3. Pressão menor dos combustíveis:
    A retração nos preços do petróleo e a ausência de novos reajustes nas refinarias colaboraram para a queda da gasolina.

Perspectivas: alívio sustentável ou movimento pontual?

Apesar da desaceleração, especialistas alertam que o índice ainda está acima da meta anual, o que exige atenção do Banco Central quanto à política monetária.

Portal Terra

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