Mar de algas à vista: o “cinturão” recorde de sargaço ameaça as praias do Norte-Nordeste

O maior cinturão de sargaço já mapeado cruza o Atlântico e se dirige ao litoral brasileiro, ameaçando praias, economia turística e saúde pública, mas também abrindo espaço para inovação no aproveitamento dessa biomassa marrom abundante.
Guardar lugar ao sol nas praias do Norte e Nordeste pode ficar mais difícil do que nunca neste verão. Um tapete marrom de algas flutuantes, visível até por satélite, já atravessa o Atlântico e se dirige à costa brasileira. Além do mau cheiro de “ovo podre”, o sargaço em decomposição cobre a faixa de areia, escurece as águas cristalinas e cancela aquele mergulho sonhado em Jericoacoara ou Lençóis Maranhenses.

O grande vilão é o Great Atlantic Sargassum Belt, cinturão que cresceu para 38 milhões t em maio e pode duplicar nas próximas semanas, segundo cientistas dos EUA. Estudos recentes apontam que ventos, correntes e nutrientes vindos das profundezas oceânicas, e não apenas o despejo de grandes rios, alimentam esse supercinturão, criando um problema transfronteiriço que une Caribe, América Central e, agora, o Brasil.
Um tapete marrom que cruza o Atlântico
O surgimento do cinturão começou a ser mapeado em 2011 e se intensificou após 2015, quando padrões atmosféricos passaram a empurrar águas ricas em nutrientes para a superfície tropical, alimentando o crescimento explosivo do sargaço. Em 2025, imagens de satélite revelam blocos com mais de 100 km de comprimento espalhados do Golfo da Guiné ao Caribe, cenário classificado como “sem precedentes” pela Universidade do Sul da Flórid

A velocidade de deslocamento, cerca de 200 km por semana, faz com que o tapete marrom avance como uma esteira rolante: primeiro invade Barbados, segue para Cancun e chega ao Arquipélago do Maranhão antes de atingir recantos famosos como Alter do Chão ou Atins. Modelos mostram que surtos continuarão fortes até, pelo menos, setembro, sustentados por temperaturas oceânicas recordes e afrouxamento dos ventos alísios.
Do paraíso ao pesadelo turístico
Autoridades mexicanas já retiraram 2 000 t de sargaço em duas semanas na Isla Mujeres e voltaram a operar tratores 24 h por dia. Postagens virais no TikTok exibem praias “café com leite”, ondas barrentas e turistas fugindo do cheiro de enxofre, efeito do gás sulfídrico liberado durante a decomposição.
Quando o sargaço toca a areia, o impacto se multiplica:
- Hospedagens perdem reservas, elevando prejuízos no setor que mais emprega no litoral nordestino.
- Trabalhadores se expõem a H₂S, irritante respiratório que agrava asma e rinite em poucos minutos.
- Corais sofrem falta de luz e anóxia; tartarugas encalham em ninhos cobertos de algas.
- Municípios gastam milhões com barreiras e aterros, gerando montanhas de biomassa sem destinação clara.
A velocidade de deslocamento, cerca de 200 km por semana, faz com que o tapete marrom avance como uma esteira rolante: primeiro invade Barbados, segue para Cancun e chega ao Arquipélago do Maranhão antes de atingir recantos famosos como Alter do Chão ou Atins. Modelos mostram que surtos continuarão fortes até, pelo menos, setembro, sustentados por temperaturas oceânicas recordes e afrouxamento dos ventos alísios.
Do paraíso ao pesadelo turístico
Autoridades mexicanas já retiraram 2 000 t de sargaço em duas semanas na Isla Mujeres e voltaram a operar tratores 24 h por dia. Postagens virais no TikTok exibem praias “café com leite”, ondas barrentas e turistas fugindo do cheiro de enxofre, efeito do gás sulfídrico liberado durante a decomposição.
Quando o sargaço toca a areia, o impacto se multiplica:
- Hospedagens perdem reservas, elevando prejuízos no setor que mais emprega no litoral nordestino.
- Trabalhadores se expõem a H₂S, irritante respiratório que agrava asma e rinite em poucos minutos.
- Corais sofrem falta de luz e anóxia; tartarugas encalham em ninhos cobertos de algas.
- Municípios gastam milhões com barreiras e aterros, gerando montanhas de biomassa sem destinação clara.
O desafio será equilibrar a remoção preventiva,para proteger turismo e saúde, com protocolos de processamento seguro, evitando levá-lo diretamente a áreas agrícolas antes da estabilização do teor de sal e metais pesados.
Site METEORED