Brasil

A tragédia moral do feminismo de carreira

Mariana Ferrer assume cargo no STM anos após absolvição de André Aranha, acusado de violência sexual por Ferrer, e ganha status de símbolo da luta feminista.

Há um jargão popular que diz “o Brasil não é para amadores!”, e parece que isto se concretiza quando nos deparamos com fatos indigestos do nosso cotidiano. Na sexta-feira (10/10) o Superior Tribunal Militar (STM) nomeou Mariana Ferrer (agora advogada) como assessora jurídica da presidência do Tribunal. Em sua posse Ferrer disse “Mais do que cumprir um protocolo, trata-se de reconhecer a vítima em sua integralidade, resguardando sua dignidade”.

Essa moça ganhou o status de ativista e símbolo da causa feminista naquele badalado episódio em que acusou um inocente de tê-la violentado sexualmente, mesmo sem apresentar qualquer evidência clara disso. A própria justiça decidiu pelo arquivamento do caso por falta de provas, mas isto não impediu Ferrer de seguir sua epopeia feminista vingativa contra o que o feminismo orgânico chama de “cultura do patriarcado que oprime as mulheres”.

Durante seu discurso de posse, Mariana Ferrer continua reafirmando a mesma versão de que em 2018 foi vítima de estupro, aproveitando o ensejo para reforçar seu compromisso com a defesa da dignidade das vítimas (como ela, provavelmente) e anunciou a criação do Fórum Internacional de Direitos das Vítimas (INTERVID) com lançamento durante a Sessão Solene no Congresso Nacional, em comemoração aos quatro anos da Lei Mariana Ferrer (Lei nº 14.245/21).

Ferrer caiu nas graças das organizações e setores ligados ao movimento feminista, virando uma espécie de bibelô da luta feminina a época e posteriormente ganhou uma lei com seu nome. Seu caso foi enriquecido com todos aqueles clichês ideológicos feministas. Dessa forma, como de praxe, o próprio acusado (André Aranha) foi instantaneamente transformado em culpado sem a menor chance de defesa, mas a Justiça, que fez seu trabalho normal, concluiu que não havia sinais de crime e o absolveu de todas as acusações.

Lembrando que o empresário André Aranha teve sua vida devassada: sofreu ameaças de morte, teve seu trabalho afundado, ficou destruído emocionalmente e com a saúde debilitada (padecendo das consequências até os dias de hoje). Aranha não teve lei com seu nome, não teve chance de redenção social, vive quase recluso, sofreu todas as lástimas punitivas que a sociedade pode fazer contra um cidadão, mas como é homem, não é de esquerda e é rico não vai usufruir da rede de proteção coletiva dos “humanistas” de plantão.

Só pra lembrar o caso: em 2018 Mariana Ferrer (com então 21 anos) acusou o empresário André Aranha de violência sexual no banheiro de um beach club em Florianópolis-SC. O caso ganhou repercussão nacional após uma famigerada matéria do The Intercept Brasil (conhecido por sua inclinação à esquerda ideológica) que cunhou o termo “estupro culposo” (que não existe na lei penal), criando uma celeuma irresponsável com o julgamento fazendo parecer justificativa para o ocorrido e posterior inocência do acusado, despertando a ira de setores orgânicos da sociedade civil, da imprensa, da política e demais autoridades.

O resultado foi que durante todo o julgamento a defesa de Mariana Ferrer não conseguiu provar qualquer resquício de violência sexual e a mídia partidária pegou André Aranha como “Judas” para atacar o “patriarcado” infiltrado na Justiça e vigarices retóricas do tipo.

O The Intercept Brasil esclareceu que, de fato, a expressão “estupro culposo” não apareceu ao longo do processo e que foi utilizado apenas “para resumir o caso e explicá-lo para o público leigo”, pois foi fruto da matéria da jornalista Schirlei Alves (que foi condenada pela 5ª Vara Criminal de Florianópolis em duas ações por difamação contra um juiz e um promotor que atuaram no caso Mari Ferrer).

Esse caso serve como lição valiosa do perigo do parasitismo ideológico feminista para nossa sociedade e do quanto ela contamina as instituições de Poder e da Justiça, influenciando decisões absurdas, vexatórias e cruéis em nome de um ideário perverso que se traveste de humanista. A tal Lei Mariana Ferrer deveria proteger as vítimas de falsa acusação que sofrem todo tipo de humilhação e ainda carregam a pecha de “culpados” mesmo quando provada sua inocência. A título de esclarecimento, em 2024 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido de anulação da audiência do processo que absolveu André Aranha da acusação de estupro Mariana Ferrer, mantendo a absolvição do empresário.

As mesmas que abraçam e aplaudem a Mariana Ferrer são as mesmas que se calaram diante do caso de Luís Cláudio Lula da Silva (o “Lulinha” filho do presidente Lula) que foi acusado de violência doméstica contra a ex-companheira Natália Schincariol, em 2024. A médica psiquiatra relatou casos de xingamentos, dezenas de traições no relacionamento e até uma cotovelada na barriga. No entanto, Lulinha não foi indiciado e seu inquérito concluído indicando que não foram atribuídos crimes a ele.

Fica claro que uma tal “violência do bem” é justificável, desde que as vítimas não sejam correligionários ou ligados ao lado ideológico apadrinhado pelo feminismo. Enquanto isso, verdadeiros casos de violência são ignorados ou descredibilizados por causa de situações como a da Mariana Ferrer, invocando o medo nos homens de serem surpreendidos com falsas acusações – que já partem da premissa de que a palavra da mulher vale e pronto, ou seja, o suficiente para acabar com a vida de qualquer homem inocente.

Enquanto não se resgatar o verdadeiro objetivo da Justiça criaremos monstros jurisprudenciais que não poderão ser controlados no futuro, pois as consequências são sempre trágicas. Casos como da Mariana Ferrer manipulam o assunto seríssimo da violência sexual como mais uma ferramenta para engendrar dividendos políticos, judiciais e até cargos em tribunais, tudo para cultuar a luta contra um tal “patriarcado opressor das mulheres”. Esta afirmação é questionável sob vários aspectos, mas segue seu funcionamento de produzir os mantras ideológicos que sustentam os velhos silogismos feministas que maculam nossa Justiça e penaliza inocentes.

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