Economia

Agro, indústria e governo tentam calcular perdas do Brasil com o tarifaço

A uma semana do cada vez mais provável aumento, para 50%, das tarifas comerciais de produtos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, diversas entidades da indústria, do comércio e do mercado financeiro tentam calcular as perdas que o Brasil pode sofrer, o seu impacto no PIB (Produto Interno Bruto) e quais seriam os setores mais afetados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estima que 10 mil empresas podem ser diretamente afetadas, conta que coincide com a previsão da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil).

O que pode acontecer
Parece haver um consenso de que suco de laranja e carne serão os setores mais afetados. O agronegócio, de forma geral, sentirá os efeitos do tarifaço mais fortemente. A CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos) afirma que a tarifa representa aumento de 533% no valor da tonelada exportada, hoje em US$ 415. A Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados) informou que 70% das exportações do setor vão para os EUA, e que não há um plano B para compensar a demanda que pode ser perdida.

O setor de frutas frescas também se preocupa. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que fica em Piracicaba (SP), a manga será o principal produto afetado, já que o período de exportação começa em agosto.

A indústria vai sofrer. A exportação de aviões da Embraer, por exemplo, pode ser severamente impactada, com produtos custando até R$ 50 milhões a mais. Siderurgia e produtos minerais não metálicos também podem sofrer impactos.

Aço acredita que não será sobretaxado. Setor já tem tarifa de 50% cobrada pelos EUA, como lembrou o Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço). Esse tipo de contrato é fechado com planejamento e antecedência, e as compras feitas neste mês devem chegar ao destino já em agosto.

Petróleo gera dúvidas. Não é possível saber o que os EUA vão tarifar de fato, e isso, teoricamente, deverá ser esclarecido em 1º de agosto. Trump taxou o petróleo importado da Venezuela, ameaçou “punir” quem também o fizesse (o que não é o caso do Brasil), além da Rússia, principalmente por causa da guerra com a Ucrânia. Por isso, todos que emitiram opiniões sobre o tarifaço não souberam dizer se haverá impactos para o país neste setor.

UOL

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