Maranhão

As pérolas de uma política belicosa e sem princípios

As movimentações políticas no Maranhão vão se acirrando nos bastidores em um ambiente que abraça os vícios da velha política

A dinâmica da política continua a nos presentear com episódio bem belicosos, já que estamos às vésperas do ano eleitoral de 2026. Somos constantemente surpreendidos com peripécias nada convencionais de certas figuras políticas, que vão desde uma autodeclaração “messiânica” até uma “gratidão compensatória” (que em termos práticos significa manter-se no Poder).

Nesta segunda-feira (06) o Ministro dos Esportes e pré-candidato ao senado André Fufuca mais uma vez estampa sua peripécia política na cerimônia de entrega de unidades do Residencial Canto da Serra, do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em Imperatriz-MA. O evento contou com a presença do presidente Lula, do governador Carlos Brandão, do vice-governador Felipe Camarão (que estampava seu constrangimento diante de algumas figuras presentes), além do prefeito Rildo Amaral.

Fufuca falou de seu “erro” por não ter apoiado Lula nas eleições em 2022: “O importante não é justificar o erro. O importante é evitar que ele se repita. Em 2022 eu cometi um erro, mas agora em 2026 pode ser que o meu corpo esteja amarrado. Pode ser. Mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para brigar e ajudar Luís Inácio Lula da Silva a ser o presidente do Brasil” disse entusiasmado.

Não é a primeira vez que o ministro Fufuca faz declarações extasiantes ao atual presidente da república, mostrando-se fiel cumpridor de favores políticos. No último dia 11 de setembro no evento de abertura da Caravana Federativa do governo federal, realizado em São Luís, o mesmo Fufuca, aproveitou o espaço para, digamos, corresponder posição política em favor do presidente Lula nas eleições de 2026.

A despeito do que foi estabelecido pela Federação União Progressistas, o ministro dos Esportes segue na base do governo federal e não poupou adjetivos elogiosos ao atual presidente, chegando a afirmar em alto e bom som “eu queria dizer que o meu partido é o Progressistas, mas em 2026 vou pagar com gratidão a quem eu sou grato. Vou pagar votando em Luís Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil. […] Gratidão se paga com gratidão; correção se paga com correção e trabalho se paga com trabalho”, disse o ministro. Essa postura camaleônica de André Fufuca é o que alimenta e fortalece o mecanismo da velha política no Brasil, cuja consequência é o descrédito na classe política e a conformidade da população mais pobre numa mudança da cruel realidade que vive.

O governo do PT já protagonizou vexames políticos criminais dos mais graves da história do país (como Mensalão, Petrolão e Operação Lava-Jato) e hoje em dia também está tão imerso em tantos escândalos de corrupção, desde o início de seu mandato, que é difícil imaginar que gratidão seja maior que decência, honestidade e espírito de justiça. Qual a referência que fica para alguém que se pretende senador, mas aliado de alguém cujo mandato está maculado com corrupção, que se sustenta com escusos acordos apoio no Parlamento e encoleirado pelo STF?

Outra figura apoteótica é a atual senadora Eliziane Gama (PSB-MA) que nos últimos anos cunhou sua imagem em desmoralização política, sobretudo no meio gospel, na sua base eleitoral. Faz parte da matilha governista que tenta a todo custo atrapalhar os trabalhos da CPMI do INSS para proteger sua irmã e demais correligionários. Suas atitudes revelaram uma prática política viciada com os mesmos cacoetes da velha oligarquia que tanto vociferava combater, onde os princípios cristãos são apenas instrumentos para o discurso poético eleitoral.

Já Weverton Rocha (PDT-MA), pra variar, já figura como mais um alvo da CPMI do INSS, que investiga um esquema bilionário de fraudes na autarquia federal, na qual tenta se esquivar da mira das investigações. O atual senador já responde a três processos de improbidade (acusado pelo MPF e pelo MP-MA), de enriquecimento ilícito e outras suspeitas. É investigado também por peculato e corrupção, por suposto envolvimento com o desvio de verbas do Ministério do Trabalho (por meio a contratação irregular de ONGs) e por suposto crime contra a lei de Licitação (quando comandava a Secretaria de Esporte do Maranhão).

Enfim, os principais atores deste espetáculo dantesco, em certa medida, são aqueles recauchutados de sempre, vestidos com novas roupagens (ainda que feito com o tecido da velha política) e se apresentam com fulguras edificadas de moralidade para persuadir e “causar”.

Hoje temos como nos informar melhor, usar filtros de confirmação da veracidade dos fatos, analisar o espólio de contribuições realizadas pelo Maranhão e concluir quais referências precisamos para fazer uma política que de fato se já edificante. Os nomes estão lançados e cabe a população não se deixar persuadir pelos antolhos da velha política.

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