Intel vai demitir 24 mil funcionários e encerrar projetos em 3 países

Empresa afirma que concluiu a maioria das demissões e deverá focar-se nos projetos que planeja entregar neste e no próximo ano.
Hoje, ao apresentar seus resultados do segundo trimestre de 2025, a Intel revelou que encolherá drasticamente como resultado de 24 mil funcionários que serão demitidos. Além disso, a empresa abandonará projetos na Alemanha e na Polônia, encerrando suas operações de montagem e testes na Costa Rica.
Na semana passada, as informações já eram que as demissões seriam até 5 vezes maiores do que o esperado. Porém, o choque ainda é pesado para muitos.
Ao final de 2025, a empresa deverá estar com apenas cerca de 75.000 “funcionários principais” no total.

No final de 2024, a Intel empregava 109.800 pessoas. 99.500 eram “funcionários principais”, o que significa que a empresa está demitindo cerca de 24.000 pessoas este ano.
A redução significa um quarto da empresa, mas o resultado pode ser maior se considerar que ela desinvestiu em outros negócios, reduzindo o tamanho da organização.
Outro fator é que não se sabe, ainda, quanto custa cada funcionário e quais serão os mantidos. Se a empresa mantiver muitos funcionários qualificados, apesar do número, o valor deles será maior. E a manutenção de funcionários mais qualificados tende a representar uma demissão menor em termos de custos.
E esta é apenas a mais recente revelação sobre o quão fundo o novo CEO da Intel, Lip-Bu Tan, está disposto a cortar custos enquanto tenta nivelar a organização após anos de problemas e uma resposta inexpressiva ao boom da IA.
No final de junho, a Intel encerrou sua unidade de fabricação de chips automotivos e revelou que demitiria até 20% dos funcionários das fábricas de chips.
Fechamento de Fábricas

ip-Bu Tan, o CEO da Intel afirmou que a empresa investiu demais em novas fábricas antes de garantir demanda suficiente. Como resultado, suas fábricas se tornaram “desnecessariamente fragmentadas” e a empresa precisa aumentar sua capacidade “em sincronia” com o alcance de metas reais.
Por isso, ele cancelou as “megafábricas” na Alemanha e na Polônia, onde a Intel planejava investir dezenas de bilhões de dólares e empregar 3.000 trabalhadores. Mais 2.000 empregos seriam criados em uma unidade de montagem e testes.
Na Costa Rica, mais de 2.000 funcionários devem permanecer trabalhando nas áreas de engenharia e corporativa. E a empresa também está cortando gastos em Ohio.
Não está claro se as demissões diminuirão de ritmo, mas a Intel afirma que já “concluiu a maioria das medidas planejadas de redução de pessoal anunciadas”.
Até o momento, também devido aos US$ 1,9 bilhão (R$ 10,52 bilhões) que a Intel está incorrendo para realizar essas demissões e essa reestruturação, a empresa ainda está perdendo dinheiro neste trimestre.
A empresa reportou um prejuízo de US$ 2,9 bilhões (R$ 16,05 bilhões) sobre uma receita trimestral de US$ 12,9 bilhões (R$ 71,40 bilhões). A receita permanece estável em relação ao ano anterior.
Em meio ao boom contínuo da IA, os negócios de data center da Intel cresceram apenas 4% em relação ao ano anterior, para US$ 3,9 bilhões (R$ 21,59 bilhões). Enquanto isso, o negócio de chips para PC caiu 3%, para US$ 7,9 bilhões (R$ 43,73).
Os negócios de fundição da Intel, onde também fabrica chips para outros clientes, cresceram 3%, para US$ 4,4 bilhões (R$ 24,35 bilhões).
Ao longo do ano, a empresa deve reduzir suas despesas em US$ 17 bilhões (US$ 94,10 bilhões). Além disso, ela afirma que pelo menos um de seus próximos chips principais para laptop está no caminho certo. E o Nova Lake ainda está a caminho de ser lançado no final de 2026.
Intel/The Verge