Ato bolsonarista em SP tem bandeira gigante dos EUA e pedido por anistia

Os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se reúnem na avenida Paulista para pedir anistia ao ex-presidente em meio ao julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) da trama golpista.
O que aconteceu
Outras capitais receberam protestos, mas a manifestação em São Paulo segue sendo o principal palco dos atos.
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o ato explora os argumentos reverberados pela direita de que o julgamento da trama golpista no STF é uma “perseguição política” e que a “sentença já está dada”.
Apoiadores do ex-presidente abriram um “bandeiraço” dos Estados Unidos no meio da Paulista. No ato da esquerda mais cedo, a militância abriu uma bandeira do Brasil, que tradicionalmente é usada pela direita em suas manifestações. No ato oficial de 7 de Setembro, o mote foi “Brasil Soberano”, numa tentativa de resgatar símbolos nacionais usados pela direita nos últimos anos.

Bolsonaristas levaram cartazes com frases em agradecimento a Donald Trump e pedindo impeachment de Alexandre de Moraes. Há também faixas pedindo liberdade para a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Os bolsonaristas exaltam o presidente dos EUA após o governo americano aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro do STF e oficializar um tarifaço de 50% ao Brasil.
Ao discursar, o presidente nacional do PL negou que houve tentativa de golpe. Valdemar da Costa Neto chamou o 8 de Janeiro de “baderna generalizada” e disse que é preciso “punir aquele pessoal”. Ele pediu, entretanto, anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos.
Durante o discurso de Valdemar, os apoiadores gritaram “fora, Romário”. A declaração dos manifestantes ocorre em meio a uma pressão que o senador enfrenta da oposição e de aliados diretamente de Bolsonaro. Uma das críticas foi sobre a posição de Romário sobre o pedido de impeachment de Moraes.

Sem Bolsonaro, há a expectativa de que o protagonismo fique com o governador de São Paulo. Tarcísio de Freitas (Republicanos) se tornou um fiador da pauta da anistia, passando a visitar gabinetes em Brasília para defender o projeto e se reunindo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), para articular o avanço dele. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também está prevista entre os participantes.
Esse é o segundo protesto sem a presença de Bolsonaro. No último, em 3 de agosto, ele já cumpria medidas cautelares determinadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e chegou a aparecer por videochamada no ato na Paulista e no Rio.