Política

Eduardo Bolsonaro diz que tarifa é só o começo das sanções americanas ao Brasil

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro concedeu entrevista à Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (14). Ele afirmou que o presidente americano Donald Trump não recuará da decisão de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Segundo o deputado, a única forma de se iniciar uma negociação com os EUA seria, em primeiro lugar, por meio da aprovação da anistia aos manifestantes que contestaram o resultado das eleições presidenciais a partir de 30 de outubro de 2022.

Questionado sobre seu mandato, Eduardo afirmou que o prazo de sua licença se encerra entre os dias 21 e 22 de julho. Para ele, a única forma de permanecer no cargo seria com a aprovação de uma proposta de alteração do regimento da Câmara que lhe permitisse “exercer o mandato mesmo à distância, fazendo votação por telefone e celular”.

Voltar ao país, portanto, não é algo que o deputado planeje fazer tão cedo. Segundo afirmou, sua situação atual é a de “filho do presidente, exilado nos Estados Unidos”. Sobre seu retorno ao Brasil, declarou: “A minha data para voltar é quando [o ministro do Supremo Tribunal Federal] Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”.

Sanções a Moraes

Eduardo também afirmou que os EUA podem adotar medidas semelhantes às aplicadas contra a Rússia. “[Biden] congelou o acesso da Rússia ao sistema swift [sistema financeiro global] inteiro, proibiu empresas americanas de fazerem investimento na Rússia, de receberem investimento russo. Ele congelou bem de um monte de oligarca russo.”Em seguida, destacou: “O governo americano tem muito mais instrumentos mais sensíveis do que tarifa de 50%. Trump já avisou na carta dele. Ele vai adicionar isso ao percentual da ‘tarifa Moraes’ de 50%, que totalizaria um total de 100% de tarifa”.

O deputado disse ainda acreditar que sanções individuais contra Moraes e membros da elite brasileira serão aplicadas. Segundo ele, “se a Lei Magnitsky for aplicada, já existe margem para você aplicar para além do Moraes. Ele pode aplicar para cima da esposa do Moraes, para cima do Fábio Schor [delegado da PF], para cima de outras autoridades brasileiras.” Ele acrescentou que o julgamento do Marco Civil da Internet, que responsabiliza as big techs pelo conteúdo publicado por usuários, teria acelerado as ações de Trump.

Perguntado sobre como pretende conquistar a opinião pública, Eduardo respondeu que não busca o convencimento das massas, mas sim pressionar Alexandre de Moraes. “Se o Moraes entende que vale a pena trancar a velhinha de 70 anos na cadeia, tratando como terrorista, condenados a 14, 15, 16 anos, é o preço que o país vai pagar. Não depende mais de mim. Eu não tenho poder sobre o Trump.”

Tarcísio é criticado por Eduardo Bolsonaro

Sobre as declarações dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-MG), que criticaram o tarifaço, Eduardo afirmou:

“Eu acho que eles tomaram alguma pressão. Principalmente o Zema. O STF está correndo pelos bastidores para pressionar empresários brasileiros e políticos brasileiros a tentar jogar a culpa disso tudo.”

Especificamente sobre Tarcísio, Eduardo disse que o governador “tem que entender que o filho do presidente está nos Estados Unidos e tem acesso à Casa Branca”. E pontuou que ele não deve tentar costurar acordos por fora, pois, segundo afirma, “nós já provamos que somos mais efetivos até do que o próprio Itamaraty”.

Metrolpoles

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