Brasil

Comandante do Exército muda batalhão de lugar e tira poder de kids pretos

O Exército brasileiro alterou a organização e retirou poderes do Comando de Operações Especiais, a “casa” dos “kids pretos”, que ficaram conhecidos pela investigação da Polícia Federal e no julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A portaria foi publicada no Boletim Interno da Força no último dia 10 e é assinada pelo comandante Tomás Paiva. O texto transfere o comando do Batalhão de Operações Psicológicas, que inclui a estrutura dos kids pretos, para o Comando Militar do Planalto. Na prática, isso significa que a unidade será transferida de Goiânia para Brasília.

Militares ouvidos pela coluna afirmam que a mudança tem como finalidade fazer com que o Batalhão de Operações Psicológicas seja utilizado pela Força como um todo, e não ficar restrito ao Comando de Operações Especiais.

Os kids pretos são treinados para ações de sabotagem e insurgência popular, conhecidas como “operações de guerra irregular”. Eles usam gorros pretos nas operações —daí o nome do grupo. Os kids pretos têm como lema “qualquer missão, em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer maneira”.

O próprio Bolsonaro alimentou o sonho de se tornar também um membro da força especial, em seus tempos de Exército. Pelo menos 26 “kids pretos” participaram do governo Bolsonaro —entre eles os ex-ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) e Eduardo Pazuello (Saúde), e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

A espera do julgamento
A cúpula do Exército mantém a posição que vem adotando em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e militares, incluindo os de alta patente. A meta segue a da tentativa de “virar a página” e “separar CPFs da instituição”.

A avaliação sobre os recentes acontecimentos —como tornozeleira eletrônica em Bolsonaro e outras medidas cautelares— é a de que o processo está em andamento e precisa ser acompanhado “calma” e “serenidade”.

Integrantes do Alto Comando admitem o desgaste de imagem para os militares, mas dizem que as pesquisas internas têm demonstrado uma recuperação da avaliação da instituição entre os brasileiros.

UOL

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