Política

Eduardo Bolsonaro tenta excluir Barroso e Gilmar de sanções dos EUA e fazer gesto ao STF

Eduardo Bolsonaro decidiu recalcular a rota de colisão contra parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma nova rodada de conversas junto ao governo Donald Trump, o deputado federal passou a atuar para que possíveis sanções que sejam aplicadas contra magistrados da corte foquem somente em Alexandre de Moraes e sua esposa e deixem de fora outros ministros que estão no radar dos Estados Unidos.

Segundo aliados de Eduardo, a Casa Branca sinalizou que as punições que devem ser aplicadas por meio da Lei Magnitsky atingiriam inicialmente Moraes, o decano do STF, Gilmar Mendes, e o presidente da corte, Luís Roberto Barroso.

A Lei Magnitsky permite aos EUA impor sanções econômicas aos ministros, como bloqueio de contas bancárias e de bens que eventualmente possuírem naquele país. A expectativa no grupo de Eduardo é que a punição seja aplicada nesta semana contra Moraes.

Eduardo passou a receber apelos de aliados de dentro e de fora do seu partido, o PL, para isolar Moraes e fazer uma sinalização a outros membros do STF na busca de construir uma trégua, além de dar tempo para os ministros adotarem novas posturas.

Os pedidos vieram de interlocutores que têm trabalhado para fazer uma ponte entre o parlamentar, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Supremo. A ideia é que Eduardo faça um gesto ao mostrar que teria atuado para excluir Gilmar e Barroso das punições, ao menos inicialmente. Além disso, existe a avaliação de que esses magistrados, vendo as punições contra Moraes, poderiam reavaliar suas ações e aceitar os termos de negociação colocados pelo parlamentar.

O deputado admitiu fazer o gesto, mas destacou a aliados que não abre mão de três pontos nessa negociação: a aprovação de uma anistia ampla e irrestrita para Bolsonaro e seus aliados condenados e investigados pelo STF, a saída de Alexandre de Moraes da corte e o compromisso de uma eleição de 2026 com voto impresso e auditável.

Magistrados apontam que nenhuma das três medidas conta com apoio da maioria dos ministros do STF e estão descrentes que uma trégua prospere.

O Globo

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