
O Ministério Público Eleitoral do Maranhão pediu o arquivamento de um inquérito que investigava o ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), por suspeita de compra de votos nas eleições de 2018, quando ele disputou o cargo de deputado federal.
O que aconteceu
A manifestação pelo arquivamento foi feita sete anos após o início das apurações. O caso se arrastava na Justiça Eleitoral em Santa Luzia, no interior do Maranhão, desde 2018.
Promotor criticou a PF. Para o promotor eleitoral Leonardo Santana Modesto, a investigação não conseguiu trazer elementos suficientes para configurar o crime de compra de votos. Ele também criticou a demora da PF (Polícia Federal), citando que “prejudicou sobremaneira” a investigação.
O pedido ainda tem de ser aceito pelo Judiciário, mas é praxe. O MP é o responsável por apresentar ou não denúncia. Quatro dias antes do pedido, o ministro reafirmou seu apoio ao presidente Lula e sinalizou que quer permanecer no governo, mesmo diante da pressão de seu partido para desembarcar da gestão petista.
A PF já havia concluído a investigação em julho, sem indiciar ninguém. O inquérito foi aberto após a PF flagrar quatro homens com “santinhos” de Fufuca e um saco de dinheiro na véspera do primeiro turno das eleições de 2018 no município de Santa Luzia (MA).
Mensagens sugeriam compra de votos. Ao analisar o material apreendido, inclusive os aparelhos celulares do grupo, foram encontradas conversas de WhatsApp nas quais era discutida abertamente a compra de votos e até eram compartilhadas fotos dos envolvidos com maços de dinheiro.
A cidade não tem delegacia da PF, por isso a investigação se arrastou. Segundo apurou o UOL, o município de Santa Luzia não possui estrutura própria da PF. Por isso, o inquérito foi conduzido por agentes na sede da instituição, em São Luís, que acabaram priorizando casos da capital.
Distância também afetou caso. A cidade fica a 294 km da capital maranhense, então a logística dificultou os trabalhos. A demora para localizar e conseguir agendar os depoimentos também impactou na apuração, já que alguns dos ouvidos afirmaram não se lembrar do conteúdo dos diálogos.
Fufuca não deu depoimento. A PF colheu depoimentos de alguns dos envolvidos nas conversas de WhatsApp. Todos minimizaram o teor das mensagens e não implicaram Fufuca em nenhum crime. Um deles tinha o celular de Fufuca e falava com o ministro, mas o político sequer foi ouvido no inquérito.
UOL