Starlink recebe sinal verde da Anatel para lançar mais 7.500 satélites

A Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) autorizou hoje a expansão da Starlink, empresa de banda larga via satélite do bilionário Elon Musk.
O que aconteceu
Decisão foi tomada hoje via circuito deliberativo, um mecanismo para tomada de decisão sem a necessidade de reunião presencial. Na semana passada, o conselho da agência tinha pedido 120 dias adicionais para análise do caso.
Com a autorização de hoje, a Starlink poderá empregar 7.500 novos satélites sobre o Brasil para fornecer internet banda larga, além de poder operar em novas frequências. Até o momento, a companhia conta com 4.408 satélites.
Finalidade [da decisão] é preservar a coerência, a previsibilidade e a legitimidade das deliberações administrativas, ao mesmo tempo em que assegura a transparência no diálogo com o setor regulado e com a sociedade em geral.
Conselheiro Alexandre Freire, da Anatel.
unto com a decisão, conselheiro fez um alerta regulatório, ressaltando que são necessárias mudanças na legislação. Ele menciona que é necessário “prever riscos no domínio concorrencial, da sustentabilidade espacial e da soberania digital, que não são endereçados na regulamentação atual”.
Processo para aumento de satélites começou no fim de 2023. Em 2024, Anatel pediu informações adicionais para a companhia do bilionário Elon Musk, e desde então estava sob análise da agência.
Líder no Brasil no fornecimento de internet por satélite, a empresa quer expandir a prestação do serviço no país. Por aqui, eles têm 335 mil clientes, o que equivale a 60% do mercado de internet por satélite.
Concorrentes diziam que pedido exigia uma nova licença, e não apenas uma autorização adicional para uso de mais satélites. O Sindisat (Sindicato das Empresas de Telecomunicações por Satélite) diz que satélites são de nova geração e usam frequências diferentes. Além disso, sindicato argumentava que funcionamento de novos satélites pode prejudicar provedoras de internet via satélite geoestacionário.
O que a Starlink tem de diferente?
A Starlink fornece internet banda larga a partir de uma rede de satélites em órbita baixa. Em média, eles operam a uma distância de cerca de 550 km da superfície da Terra.
Na prática, os satélites não estão “tão longe” da Terra. Isso permite que a empresa de Musk ofereça conexão de alta velocidade, baixa latência (o sinal “bate e volta” nos satélites, em milissegundos) e em áreas não cobertas por cobertura cabeada.
Em média, a velocidade de banda larga da Starlink chega a 77,5 Mbps (megabits por segundo), segundo levantamento do site Minha Conexão. A velocidade é baixa comparada com serviços de banda larga faixa, que ultrapassam fácil os 100 Mbps, porém o serviço tem sido visto como uma boa alternativa para áreas sem infraestrutura cabeada.
Outras concorrentes no Brasil, como ViaSat e HughesNet, por exemplo, fornecem internet com satélites geoestacionários. Eles ficam a dezenas de milhares de km da superfície da Terra. Isso faz com que eles tenham maior abrangência, maior latência e menor velocidade (geralmente variando de 10 Mbps a 50 Mbps).
Fora a Starlink, a Amazon tem planos de fornecer, em breve, serviço semelhante por meio do Project Kuiper. A companhia já tem licença da Anatel para a operação, e deve lançar e ativar os seus primeiros satélites nos próximos dias.
Fonte: Tilt do UOL