Política

Tarcísio sabe que Trump deu presente a Lula e administra erros de Eduardo

Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, não é mais um novato na política.

Ele sabe que Donald Trump deu um “presente” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao anunciar que os EUA vão sobretaxar os produtos brasileiros em 50%.

Se Trump cumprir a decisão, os prejuízos para a economia brasileira serão enormes, inclusive para São Paulo. Ficam inviabilizadas as exportações de suco de laranja e as ações da Embraer estão despencando, entre vários outros exemplos.

Em conversas com aliados, Tarcísio diz que estão “supervalorizando” o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao atribuírem a ele o “tarifaço” americano.

O problema é que Eduardo vinha colhendo os dividendos políticos de outras pancadas do trumpismo no Brasil como as postagens de Trump a favor de Jair Bolsonaro (PL) ou as ameaças de sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Agora fica difícil para o lobby bolsonarista se dissociar de uma medida que não vai contra Moraes, mas contra o Brasi.

Eduardo tem ambição de ser o sucessor do pai, que está inelegível, como candidato a presidente ou como vice em 2026.

Tarcísio diz a aliados que está focado na reeleição em São Paulo, mas vem sendo empurrado pelo centrão e pelo empresariado para tentar a Presidência.

Caciques do centrão dizem que Eduardo carregaria uma enorme rejeição como vice de Tarcísio e o prejudicaria no embate com Lula. O nome preferido para compor a chapa com o governador paulista é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Se o pleito fosse hoje, Trump teria dado uma ajuda importante à reeleição de Lula, como aconteceu no Canadá ou na Austrália.

A questão é que falta mais de um ano para as urnas serem abertas.

Ciente disso, Tarcísio, ao mesmo tempo em que defende Bolsonaro para não contrariar a extrema direita, vai tentando colocar a culpa no governo Lula.

Na visão do governador, existe um “erro” na diplomacia brasileira que não aproximou Lula de Trump. O presidente brasileiro é praticamente o único chefe do G20 que não estabeleceu qualquer tipo de relação pessoal com o americano.

Trump é intragável para a esquerda, mas a “realpolitik” exige falar com todos. Foi o que fizeram os presidentes do México, da Rússia, entre vários outros. Ainda mais com um presidente americano tão personalista.

Lula optou por deixar as negociações com seu corpo diplomático, que tem tido dificuldades em estabelecer pontes. O governo Trump fez gestos demonstrando que a diplomacia com o Brasil não é prioridade – até hoje não indicou um embaixador para o Brasil.

UOL Notícias

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