Trump defende Bolsonaro e chama julgamento de “caça às bruxas”

Numa primeira manifestação explícita de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro desde que a reassumiu a Casa Branca, Donald Trump foi às redes sociais para criticar uma suposta “caça às bruxas” de autoridades brasileiras contra o capitão da reserva.
“O Brasil está agindo de forma terrível no tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu observei, assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo POVO. Conheci Jair Bolsonaro, e ele era um líder forte, que realmente amava seu país – além disso, um negociador muito duro no comércio. Sua eleição foi muito acirrada e, agora, ele está liderando as pesquisas. Isso não é nada mais, nada menos, do que um ataque a um oponente político”, disse.

“Algo que eu sei muito sobre isso! Isso aconteceu comigo, 10 vezes, e agora nosso país é o “MAIS QUENTE” do mundo! O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Estarei acompanhando de perto a Caça às Bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores. O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil – isso se chama Eleição.”.
“DEIXEM BOLSONARO EM PAZ!“
Donald Trump
A declaração de Trump não veio com uma sanção, como esperavam os bolsonaristas. Mas foi considerada dentro do Itamaraty como um sinal de alerta do que pode ocorrer, caso o destino do ex-presidente não agrade ao movimento de extrema direita nos EUA.
O UOL apurou que o governo brasileiro poderá convocar de volta sua embaixadora de Washington DC caso Donald Trump adote medidas e sanções de amplo impacto contra o STF (Supremo Tribunal Federal), seus ministros e outras autoridades.
O cenário faz parte dos instrumentos que o Palácio do Planalto considera aplicar, numa atitude para demonstrar repúdio ao eventual ato de Trump e que será considerado um ataque às instituições da república.
Na semana passada, o STF consolidou uma posição que implica responsabilidades para que as plataformas atuem contra a disseminação de postagens criminosas ou anti-democráticas. Fontes do alto escalão em Brasília não descartam que, depois da decisão do STF, as empresas do setor façam pressão por ações.
UOL