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Banco central reduz juros na China a mínimas históricas

O banco central da China reduziu nesta terça-feira suas principais taxas de juros a níveis recordes, tentando estimular uma economia ainda lenta após a pandemia. Apesar do corte, economistas avaliam que a medida, sozinha, não será suficiente para impulsionar fortemente o crescimento. O país enfrenta desafios como consumo fraco, crise no setor imobiliário e tensões comerciais com os EUA. A taxa de empréstimo de um ano caiu para 3%, enquanto a de cinco anos recuou para 3,5%.

O banco central da China reduziu nesta terça-feira (20) suas principais taxas básicas de juros, levando os índices a mínimas históricas. A medida busca impulsionar a economia chinesa, que vem mostrando sinais de desaceleração desde a pandemia. Especialistas, no entanto, avaliam que os cortes modestos devem ter impacto limitado no crescimento real da atividade.

A decisão do Banco Popular da China (PBOC) ocorre em meio a pressões internas e externas. Internamente, a economia sofre com o consumo enfraquecido, alto desemprego entre jovens e a prolongada crise no setor imobiliário. Externamente, a tensão comercial com os Estados Unidos permanece, apesar da recente trégua tarifária de 90 dias.

O PBOC anunciou o corte da taxa de empréstimo preferencial de um ano de 3,1% para 3%, enquanto a taxa de cinco anos, usada como referência para hipotecas, foi reduzida de 3,6% para 3,5%. Ambas as taxas já estavam em níveis historicamente baixos e foram novamente ajustadas para tentar estimular a demanda por crédito.

Cortes nos juros na China podem aliviar empresas endividadas

Segundo o economista Zichun Huang, da Capital Economics, a redução nos juros na China deve aliviar parte da pressão financeira sobre empresas altamente endividadas. “Vai ajudar a reduzir o custo de financiamento tanto de empréstimos antigos quanto novos. Mas, isoladamente, os cortes são insuficientes para gerar um forte impulso na economia real”, afirmou.

A medida faz parte de uma estratégia mais ampla do governo chinês para estabilizar a atividade econômica. Nos últimos meses, Pequim tem adotado políticas fiscais e monetárias mais flexíveis para evitar que a desaceleração se aprofunde.

Crescimento econômico segue desigual mesmo com juros mais baixos

Apesar da queda dos juros na China, os dados econômicos do país mostram um quadro misto. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,4% no primeiro trimestre, superando expectativas. A produção industrial em abril também surpreendeu positivamente, com alta de 6,1% em relação ao ano anterior.

Por outro lado, o consumo das famílias ainda não mostra força suficiente para sustentar o crescimento. As vendas no varejo, um dos principais indicadores de demanda interna, cresceram apenas 5,1% em abril, abaixo dos 5,9% registrados em março.

Economic News Brasil

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