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Trump pressiona Zelensky a concluir ‘acordo’ para encerrar guerra e desvia de pedido ucraniano por mísseis

O presidente americano Donald Trump, que demonstra uma cumplicidade renovada com o presidente russo Vladimir Putin, pressionou o ucraniano Volodymyr Zelensky na sexta-feira (17) a cessar as hostilidades, ignorando os pedidos de reforço militar do presidente ucraniano. Por sua vez, Zelensky tomou nota da recusa, por enquanto, de sua solicitação por mísseis americanos Tomahawk

O presidente americano Donald Trump, que demonstra uma cumplicidade renovada com o presidente russo Vladimir Putin, pressionou o ucraniano Volodymyr Zelensky na sexta-feira, 17, a cessar as hostilidades, ignorando os pedidos de reforço militar do presidente ucraniano. Por sua vez, Zelensky tomou nota da recusa, por enquanto, de sua solicitação por mísseis americanos Tomahawk.

“A reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky foi muito interessante e cordial, mas eu disse a ele, como também sugeri enfaticamente ao presidente Putin, que era hora de parar com a matança e chegar a um ACORDO”, escreveu Trump em sua rede Truth Social, considerando que os dois beligerantes deveriam “parar onde estão”.

“Vamos deixar que ambos proclamem vitória, que a história decida. Chega de tiros, chega de mortes”, acrescentou, antes de embarcar para a Flórida. À sua chegada, reiterou o seu apelo perante os jornalistas: a Ucrânia e a Rússia devem “parar imediatamente na linha da frente” atual.

Trump adota cautela diante do pedido ucraniano por mísseis Tomahawk
O presidente dos Estados Unidos sugeriu na sexta-feira que seria prematuro fornecer mísseis Tomahawk à Ucrânia, durante a visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Casa Branca. Zelensky afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, “não está pronto” para a paz, enquanto Trump acredita no contrário.

O presidente ucraniano chegou para sua terceira visita à Casa Branca desde o retorno de Trump ao poder em um clima bastante cordial. Os dois líderes se reuniram com suas respectivas equipes. Na primeira reunião entre os dois, em fevereiro, Trump foi direto ao dizer a Zelensky que ele “não tinha as cartas na mão”. A segunda, em agosto, foi bem mais cordial. Desta vez, Zelensky chegou à Casa Branca um dia após uma longa ligação entre Trump e Putin, na qual ambos concordaram em se encontrar em breve em Budapeste, na Hungria.

Desta vez, Zelensky foi recebido por Trump, com quem posou brevemente para os fotógrafos antes de entrar no prédio. Durante o encontro, Zelensky declarou que Putin “não está pronto” para a paz, ao que Trump respondeu: “Acredito que o presidente Putin quer acabar com a guerra”, disse ao receber o líder ucraniano.

“Precisamos dos Tomahawk”, afirmou Zelensky a Trump, referindo-se aos mísseis com alcance de 1.600 quilômetros que permitiriam à Ucrânia atingir alvos em profundidade, inclusive dentro da Rússia, propondo uma troca por “milhares” de drones ucranianos.

Trump sugeriu que seria cedo demais para fornecer os mísseis à Ucrânia, segundo a AFP. “Espero que eles não precisem disso. Espero que possamos acabar com a guerra sem ter que pensar nos Tomahawk”, declarou à imprensa.

Zelensky apresentou a Trump, durante a reunião em Washington, “mapas” com possíveis alvos em território russo, segundo uma fonte da delegação ucraniana. Trump reconheceu que Putin pode estar tentando ganhar tempo no conflito, mas acredita que ele deseja um acordo. Questionado se estava preocupado com essa possibilidade, Trump respondeu: “Sim, estou”, mas acrescentou: “Acho que sou bom nesse tipo de coisa. Acredito que ele quer fechar um acordo”.

Com a chegada do inverno, a Rússia intensifica seus ataques contra infraestruturas energéticas inimigas. Na sexta-feira, também reivindicou a tomada de três vilarejos ucranianos nas regiões de Kharkiv e Dnipropetrovsk.

Putin foi “muito generoso”
Nesse contexto, a reaproximação entre Trump e Putin preocupa Kiev, especialmente porque Trump fez um relato bastante positivo de sua conversa com o presidente russo no dia anterior.

Ele disse ter discutido com Putin o cessar-fogo em Gaza, no qual atuou como mediador. “Vladimir Putin achou incrível. Foi muito generoso”, afirmou Trump, sempre sensível a elogios sobre seus esforços pacificadores.

Trump, que se mostrou otimista quanto à resolução do conflito, segundo a correspondente Sonia Ghezali em Washington, também fez elogios a Zelensky: “É uma honra estar com um líder muito forte, um homem que passou por muita coisa e que aprendi a conhecer bem”. “Gosto de resolver guerras”, declarou Trump, que afirma ter encerrado oito conflitos desde seu retorno ao poder – número considerado bastante exagerado por especialistas.

AFP

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