14,4 milhões de brasileiros vivem com deficiência

Dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 14,4 milhões de brasileiros, o equivalente a 7,3% da população do país, vivem com algum tipo de deficiência. O levantamento destaca que a região Nordeste concentra os maiores índices, com todos os estados nordestinos registrando percentuais acima da média nacional.
De acordo com o instituto Alagoas lidera o ranking, com 9,6% da população com deficiência, seguido pelo Piauí, com 9,3%. Ceará e Pernambuco empatam, ambos com 8,9%. Fora do Nordeste, o Rio de Janeiro registra o maior percentual, com 7,4% da população com deficiência. Em contraste, os menores índices foram observados em Roraima (5,6%), Mato Grosso (5,7%) e Santa Catarina (6,0%).
O IBGE informou que os dados do Censo 2022 não são comparáveis aos do levantamento anterior, de 2010, devido a mudanças na metodologia, especialmente nos critérios para identificação das deficiências. Segundo a definição do instituto, são consideradas pessoas com deficiência aquelas que têm muita dificuldade ou que não conseguem enxergar, ouvir, andar, segurar objetos ou realizar atividades relacionadas às funções mentais, mesmo com o uso de recursos de apoio, como óculos ou aparelhos auditivos.
Os dados também revelam uma diferença de gênero: há mais mulheres com deficiência do que homens no Brasil. São 8,3 milhões de mulheres, frente a 6,1 milhões de homens. Essa diferença aparece em todas as regiões, sendo mais acentuada no Sudeste, onde as mulheres representam 58,3% do total de pessoas com deficiência.
Além disso, o Censo mostrou que a prevalência de deficiência cresce conforme o avanço da idade. Na faixa de 2 a 14 anos, apenas 2,2% têm algum tipo de limitação. Entre pessoas de 15 a 59 anos, esse índice sobe para 5,4% e atinge 27,5% entre os idosos com 70 anos ou mais.
A deficiência visual é a mais comum, atingindo 7,9 milhões de pessoas, mesmo entre aquelas que usam óculos ou lentes. Na sequência estão:
- Dificuldade para andar ou subir degraus: 5,2 milhões
- Dificuldade para segurar objetos pequenos: 2,7 milhões
- Dificuldade para ouvir, mesmo com aparelho: 2,6 milhões
IBGE