PF deflagra os novos tentáculos do crime organizado
Segundo as investigações da Operação Carbono Oculto instituições financeiras e outras empresas foram usadas para lavagem de dinheiro do PCC, destacando que a fraude ocorria em vários estados do Brasil.

A Operação Carbono Oculto da Polícia Federal revelou uma série de esquemas de lavagem de dinheiro do PCC através de instituições financeiras que movimentou cerca de 52 bilhões de reais de 2020 e 2024.
A operação foi deflagrada no dia 28 de agosto em ação conjunta com a Receita Federal e outros órgãos parceiros com o objetivo de desmontar fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis controlados pelo crime organizado. Os envolvidos são acusados de crimes contra a ordem econômica, fraude fiscal e estelionato a partir da adulteração de combustíveis.
A investigação descobriu que a teia de operações das fraudes iam desde a importação, produção, distribuição e comercialização até o consumidor final, além de ações de ocultação e blindagem do patrimônio, via fintechs (Financial Technology) e fundos de investimentos.
Vários mandados de busca e apreensão foram contra pessoas físicas e jurídicas em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Além disso, ações judiciais cíveis de bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos na fraude.
Foram usados centenas de empresas para a ocultação e lavagem dos recursos da organização criminosa. A parceria entre sonegação fiscal e adulteração de produtos potencializavam a lucratividade da organização, trazendo prejuízos bilionários a consumidores, a sociedade e aos cofres públicos.
Alguns nomes figuram como investigados na operação da PF e que encontram-se foragidos, entre eles estão Mohamad Hussein Mourad (conhecido como “Primo”) e Roberto Augusto Leme da Silva (o “Beto Louco”), são apontados como responsáveis pelo comendo do esquema do PCC no setor de combustíveis e constam agora na lista vermelha da Interpol.
A sociedade brasileira carrega mais um escândalo que mancha a história de nossa república, mas fica nosso desejo de que tudo seja esclarecido e os responsáveis devidamente punidos. Esperamos que nossos representantes do Legislativo entendam de uma vez que organizações criminosas como o PCC devem ser tratados como reais inimigos públicos e respondidos com penalidades mais duras, pois não o Brasil não pode continuar refém do narcoterrorismo.